Alckmin destaca sustentabilidade e protagonismo brasileiro no Agrishow 2025
28-04-2025

Vice-presidente reforça expansão de energias renováveis, incentivo ao etanol e aposta no agronegócio como motor da economia verde

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou neste domingo (27), na abertura oficial da 3ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto- SP, o compromisso do governo brasileiro com a sustentabilidade, a inovação tecnológica no agronegócio e a liderança do Brasil na segurança alimentar e energética global.

Alckmin apontou a sustentabilidade como eixo central das políticas públicas para o futuro, ressaltando o lançamento do programa "Combustível do Futuro", que prevê a ampliação da mistura de etanol anidro na gasolina, chegando a 30% inicialmente e, em uma segunda etapa, a 35%. "Os testes de eficiência foram positivos, e isso garantirá ainda mais espaço para o etanol brasileiro sem prejudicar o desempenho dos motores", explicou.

O vice-presidente lembrou que, quando governador de São Paulo, implementou medidas pioneiras de incentivo às energias renováveis, como a redução do ICMS sobre o etanol de 25% para 12%, menos da metade do imposto da gasolina. "Nossa meta é fortalecer uma matriz energética mais limpa e reduzir ainda mais a dependência de combustíveis fósseis", disse.

Outro destaque do discurso de Alckmin foi o estímulo à produção de biodiesel, cuja mistura obrigatória no diesel subiu de 13% para 14%, com expectativa de novos aumentos. Ele lembrou que o biodiesel pode ser produzido não apenas a partir da soja, mas também de culturas como dendê e girassol, diversificando a produção rural e gerando emprego na agroindústria brasileira.

Na mesma linha, Alckmin reforçou o potencial do biometano, oriundo de resíduos agrícolas e pecuários, como alternativa para a geração de energia sustentável. "O Brasil tem enormes possibilidades de expandir sua indústria verde, tornando-se mais competitivo e promovendo o desenvolvimento regional", afirmou.

O vice-presidente também anunciou mudanças para estimular a modernização do parque industrial, com depreciação acelerada de máquinas e equipamentos: "Antes eram necessários 15 anos para depreciar um maquinário. Agora, com 12 anos, incentivamos a renovação tecnológica e melhoramos a eficiência energética e a produtividade das indústrias".

Alckmin apresentou ainda investimentos robustos no programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), com a destinação de R$ 3,8 bilhões em crédito financeiro em 2025 e R$ 3,9 bilhões em 2026, focados em eficiência energética e segurança automotiva.

A indústria automotiva brasileira, segundo Alckmin, vive um momento de expansão. "Enquanto o mundo cresceu 2% no setor automotivo, o Brasil registrou 9,7% de crescimento, um dos maiores índices globais. As vendas de veículos subiram 14,1% em 2024, demonstrando a força do mercado nacional", afirmou.

O vice-presidente também frisou a importância dos acordos internacionais para manter o crescimento econômico, citando o Acordo Mercosul-União Europeia como estratégico para o fortalecimento das exportações agrícolas e industriais. "O multilateralismo e o livre comércio com regras são fundamentais para o Brasil se consolidar como potência agroindustrial", defendeu.

Segundo Alckmin, a realização da Agrishow reafirma Ribeirão Preto como epicentro político e econômico do agronegócio brasileiro. "Aqui se respira tecnologia de ponta, inovação e sustentabilidade. É o Brasil que dá certo, que cresce e leva desenvolvimento para o mundo", declarou.

Ele comemorou ainda a expectativa de uma safra recorde em 2025, destacando que o BNDES bateu recorde de crédito para o agronegócio, com uma carteira que chegou a R$ 580 bilhões. A instituição também criou linhas especiais de financiamento para exportadores em dólar, proporcionando custos financeiros mais baixos e proteção contra variações cambiais.

Alckmin reforçou o papel do Brasil como líder global no combate às mudanças climáticas. "Somos protagonistas na segurança alimentar e na segurança energética. Nenhum outro país tem 14% de biodiesel no combustível como o Brasil. Nenhum país tem 27% de etanol anidro na gasolina", pontuou.

Ele também destacou as metas ambientais assumidas para a COP30, com o compromisso de alcançar desmatamento ilegal zero na Amazônia até 2030 e a recomposição florestal em áreas degradadas. "Nossa matriz energética já é uma das mais limpas do planeta, baseada em hidroelétrica, energia solar, eólica e biocombustíveis", lembrou.

Sobre a política monetária, Alckmin comentou que o governo espera que a atual alta da taxa Selic, prevista para atingir 14,25% a 15%, seja apenas transitória. "O dólar caiu de R$ 6,20 para R$ 5,69, o clima melhorou e a inflação de alimentos tende a recuar. Esses fatores abrem caminho para a redução gradual da Selic", analisou.

Apesar dos desafios, Alckmin expressou otimismo quanto ao futuro: "O Brasil está no rumo certo. A agricultura e a indústria caminharão juntas, impulsionando o crescimento verde, a geração de empregos e a liderança global em sustentabilidade".