Alepe discute impacto do tarifaço dos EUA na cana a pedido da AFCP
01-12-2025

Produtores pedem reação do Estado e defendem subvenção emergencial para evitar colapso da atividade

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realiza nesta segunda-feira (1º), às 9h30, audiência pública solicitada pela Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) para debater os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre o açúcar e o etanol brasileiros. A medida segue em vigor e tem provocado forte pressão sobre uma das cadeias produtivas mais relevantes do Estado, responsável por milhares de empregos e elevada arrecadação tributária.

Os impactos já são evidentes. Em novembro, a tonelada de cana vendida às usinas em Pernambuco foi comercializada a R$ 129,71, o menor valor desde janeiro de 2021. Segundo a AFCP, a retração acentuada dos preços está gerando uma “destruição silenciosa” no setor, com produtores operando abaixo do custo de produção.

“A queda do preço da matéria-prima tem sido significativa, inviabilizando o cultivo. O valor atual não cobre os gastos. O problema se espalhará por todo o Estado, e precisamos buscar soluções conjuntas”, afirma Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP.

Diante da deterioração do cenário, a AFCP e o Sindicato dos Cultivadores de Cana de Pernambuco, em articulação com entidades dos demais estados do Nordeste, defendem que o governo federal institua uma subvenção emergencial de R$ 12 por tonelada de cana produzida na região. A medida já foi adotada por quatro anos nos governos Lula e Dilma, como resposta à grave seca da época, e é considerada essencial agora para mitigar os efeitos das barreiras tarifárias e de outros fatores que pressionam a atividade.