América Latina tem 15% da capacidade global de hidrogênio planejada até 2030
10-11-2023
Volume de produção de hidrogênio de baixo carbono pode alcançar 6 milhões de toneladas
Por Nayara Machado
Projetos de hidrogênio de baixo carbono anunciados na América Latina e Caribe poderão levar a capacidade de produção da região a 3,5 milhões de toneladas do energético até 2030, com destaque para a rota que utiliza a eletrólise com renováveis.
Na estimativa do novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), caso todos os projetos hoje em fase conceitual se materializem, esse volume pode chegar a 6 milhões de toneladas, o equivalente a 15% dos empreendimentos anunciados em todo o mundo.
Pelo menos onze dos 33 países na região publicaram ou estão preparando estratégias e roteiros nacionais para o hidrogênio: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Panamá, Paraguai, Trinidad e Tobago e Uruguai.
A abundância de recursos renováveis posiciona a ALC como uma das potenciais grandes exportadoras de combustíveis a base de hidrogênio, como metanol, amônia e SAF (aviação) até 2050.
Mas é preciso encontrar caminhos para viabilizar a aplicação do energético localmente, de forma também a desenvolver as indústrias nacionais.
Segundo a análise da IEA, a utilização do hidrogênio pelos latinoamericanos está prevista principalmente para aplicações tradicionais, como indústria química e refino.
Desenvolver ferro de baixo carbono e amônia com baixas emissões – e custos competitivos – poderia impulsionar ainda mais a reindustrialização da região e atrair investimento estrangeiro.
Estudo do think tank de energia alemão Agora Energiewende calcula que, se países com grande potencial de produção de hidrogênio verde (eletrólise) barato, como o Brasil, investirem em “hidrogênio incorporado” na forma de ferro e aço verdes, é possível alavancar em 18% o valor das exportações e em 16% o mercado de trabalho local.
O Brasil está em fase de discussão de políticas de incentivo ao H2
O texto da reforma tributária aprovado pelo Senado Federal traz, dentre as novidades em relação às primeiras versões, a inclusão do hidrogênio verde no artigo que prevê os regimes fiscais favorecidos.
Em outra frente, a comissão especial da Câmara dos Deputados sobre transição energética discute um marco legal do hidrogênio de baixo carbono.
A votação do relatório do deputado Bacelar (PV/BA) deve ocorrer no final de novembro. De acordo com a Agência Câmara, o relator recebeu novas sugestões do governo federal e analisa possíveis alterações na última versão do texto, apresentada em 31 de outubro, após 241 contribuições encaminhadas por vários setores por meio de consulta pública.
Em busca de segurança jurídica para a produção e o uso do hidrogênio na matriz energética brasileira, Bacelar propõe a Política Nacional do Hidrogênio de Baixo Carbono e um regime especial de incentivos fiscais (Rehidro).
Fonte: epbr

