As Impurezas e seus impactos
02-12-2015
Devido a assinatura do Protocolo AgroAmbiental em 2007, as usinas sucroenergéticas do Estado de São Paulo adotaram a mecanização de forma acelerada. Em 2008/09, a mecanização da colheita da cana no Estado de São Paulo era de 37,5%. Atualmente, estima-se que 90% das áreas do Estado já estejam sendo colhidas mecanicamente.
Porém, essa “correria” se deu sem que o setor estivesse preparado para ela, já que os plantios foram feitos visando corte manual. Dessa forma, por falta de nivelamento dos terrenos, a máquina acaba colhendo, junto da cana, grandes quantidades de terra. Isso sem falar da palha, pontas e folhas verdes, que antes eram queimadas para que o corte manual pudesse ocorrer. O resultado final é uma matéria-prima de péssima qualidade e, consequentemente, problemas no processo de fabricação do açúcar.
Márcia Mutton, professora adjunto do departamento de tecnologia - FCAV/Unesp - (Jaboticabal), explica que esses problemas ocorrem, porque a matéria-prima vinda do campo apresenta certos compostos inorgânicos, como potássio, cálcio, silício, ferro e cobre. Com o sistema de colheita mecanizada é levado para a indústria, além dos colmos, as chamadas impurezas mineiras e vegetais, o que acaba aumentando, significativamente, o teor desses elementos. A presença de sódio, potássio, cálcio e magnésio, por exemplo, que não foram previamente separados na clarificação da calda, compromete a cristalização da sacarose, o que reduz a quantidade de açúcar produzido e aumenta a quantidade de melaço residual.
Além disso, há comprometimento na incrustação dos evaporadores e elevação do teor de cinzas no cristal, o que afeta a filtrabilidade do caldo. Já o ferro pode causar o amarelecimento do cristal de açúcar, através da reação com o oxigênio do ar e compostos fenólicos presentes. “Esses compostos devem ser retirados do caldo para que a produção atinja bons níveis de qualidade, atendendo, dessa forma, as especificações do mercado, que exige pol, cor e pureza, e penaliza falta de padrão”, afirma Márcia.
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