As lições vindas do Médio Tietê
01-12-2015

Parceirização, produtor tecnificado e venda de palha são diferenciais implementados pela Zilor e seus parceiros agrícolas

Luciana Paiva e Leonardo Ruiz

Na maior parte das unidades sucroenergéticas, dos 100% da cana moída, 60% é própria e 40% do fornecedor. Mas não é isso que acontece nas unidades do Grupo Zilor de Lençóis Paulista e Macatuba, lá, desde 2004, 100% da cana moída é de parceiros agrícolas. O sistema chamado parceirização começou em 1999, o grupo sede suas terras para o parceiro produzir a cana. A produção de cada parceiro varia de 80 mil toneladas a 800 mil toneladas.
Luiz Carlos Dalben, diretor da Agrícola Rio Claro e presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Médio Tietê (Ascana), desde 2002 é um dos parceiros do Grupo Zilor. A Rio Claro cultiva 8600 hectares e tem uma produção de 620 mil toneladas. Para ele, esse sistema da Zilor é uma tomada inteligente, porque a cana da usina sempre é mais cara do que a do fornecedor, por questão de estrutura, já que a usina tem uma estrutura maior. Além disso, o produtor é dono do próprio negócio, o que incentiva a ter maior envolvimento, do que o funcionário da usina.“O produtor de cana sente mais necessidade de desenvolver tecnologia, de realizar um trabalho bem-feito, porque ele vive exclusivamente da cana. A usina vive do açúcar, do etanol, da energia e de outros produtos. O produtor não, por isso tem que ter lucro na cana. A usina ela tem prejuízo na cana e lucro na indústria, então a relação é diferente.”

Dalben compara o sistemade parceirização com o sistema convencional. “A nossa cana tem qualidade melhor do que a da usina. A Usina que trabalhamos tem, por exemplo, 15 frentes de trabalho. Se fosse uma usina convencional seriam cinco frentes. Então você consegue trabalhar de forma melhor e mais pontual em questão de ATR, por exemplo.Nosso ATR está 135, que é a média acumulada até ano passado. O TCH é 94. Isso levando em consideração que temos 86% de ambientes D e E, que são os mais fracos. Na verdade, estamos surpresos com essa produtividade, mas o ano agrícola foi muito bom. Parte disso é decorrente do ano agrícola e a maior parte é das tecnologias que usamos, como espaçamento, preparo de solo, cuidados com colheita mecanizada, aplicação de adubos e defensivos agrícolas no momento certo. Tudo isso tem influência, fazendo com que ganhemos produtividade.”

A Rio Claro trabalha com espaçamento é 0,50 mx 1,40 m. “Estamos no quarto para o quinto ano com esse espaçamento e estamos tendo bom resultado. Mas vamos ver realmente quando fechar o primeiro ciclo, porém, dificilmente vamos alterar o espaçamento a não ser que apareça algo muito significativo.Trabalhamos com canteirização, faixa intercalar no preparo, colocação de matéria orgânica, meiose, crotalaria, temos todo um sistema de preparo, realizamos um preparo profundo a 65 cm de profundidade. Trabalhamos com esse sistema a oito anos e estamos aperfeiçoando”, explica Dalben.

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