Biomassa brasileira já desperta interesse de alguns países para alimentar biorrefinarias e produzir bioeletricidade
07-12-2015
Realizada em Paris, a COP21 já entra na sua segunda semana, com término no próximo dia 11 de dezembro. No mês de setembro, dentro dos trabalhos prévios da conferência, já se definia objetivos e metas que, se ratificados, abrirão uma grande janela de oportunidades para a agroenergia.
Para Manoel Teixeira, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, o que o setor bioenergético brasileiro e mundial deve fazer é olhar para a nova agenda que surge a partir da COP21, e se posicionar frente a ela. “Como a bioenergia pode contribuir para que os países e o mundo atinjam as metas de sustentabilidade definidas para 2030?”, indaga.
Segundo ele, a Embrapa Agroenergia já está em discussão com o Ministério de Desenvolvimento Agrário e com a União Brasileira do Biodiesel, procurando promover fóruns que vão discutir mais a fundo essa questão. “Temos que discutir as oportunidades dessa agenda, e sobre como podem ser as contribuições da bioenergia.”
Em algumas das metas e objetivos da COP21, o setor agroenergético se encaixa perfeitamente. Teixeira cita, por exemplo, o objetivo 7: “assegurar acesso confiável e sustentável de energia para todos - energia para mover carros, indústrias, casas”. “A contribuição que os biocombustíveis e a biomassa podem dar nesse objetivo é imensa, mas para isso temos que fazer o dever de casa.”
Já a meta 7.2 diz o seguinte: “aumentar a participação de energias renováveis na matriz energética global”. Frente a esse desafio, o Brasil é exemplo mundial, pois 45% de sua matriz energética é renovável. “Porém, os números mostram que vai ser difícil aumentar esse percentual da energia renovável na matriz energética, mas podemos contribuir para que outros países aumentem o renovável na matriz, o que gera muitas oportunidades ao Brasil”, frisa Teixeira. O país pode se consolidar como fornecedor mundial de biocombustíveis e biomassa.
“O que se tem à frente, com essa questão, é um cenário de oportunidades, mas é preciso definir ponto a ponto as estratégias que vão ajudar os países a alcançar esses objetivos.”
E as oportunidades já estão batendo à porta, antes mesmo da COP21. “Temos recebido na Embrapa Agroenergia visitas de instituições e empresas estrangeiras, interessadas que o Brasil produza biomassa para alimentar biorrefinarias em seus países. E também para aumentar a produção de bioeletricidade. São empresas e instituições do Japão, Holanda e EUA, por exemplo”, relata o chefe-geral da Embrapa Agroenergia. Em muitos casos, a biomassa brasileira seria utilizada para substituir combustíveis fósseis, como o carvão. “É o mercado externo que já está mostrando o rosto e vamos precisar analisar essas oportunidades muito bem”, conclui Teixeira.
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