Biomassa e bioeletricidade: como os resíduos agrícolas se transformam em energia?
08-07-2025

A bioeletricidade promove o desenvolvimento socioeconômico das zonas rurais
A bioeletricidade promove o desenvolvimento socioeconômico das zonas rurais

Você sabia que os resíduos agrícolas podem ser transformados em energia elétrica? Chamamos de bioeletricidade a energia gerada a partir da biomassa, que vem da queima da matéria orgânica. Saiba mais sobre esse tipo de energia alternativa. 

A biomassa é uma forma de reaproveitamento de recursos, como as sobras da cana-de-açúcar, por exemplo. Os dois principais produtos da cana são o alimento (açúcar) e o combustível (etanol), mas os resíduos dos processos industriais, como o bagaço e a palha, podem ser uma fonte de energia. 

Como a energia é produzida?

Nas usinas, o bagaço e a palha da cana são colocados em caldeiras. A queima dos resíduos transforma a água em vapor que, por sua vez, movimenta as turbinas e aciona os geradores de energia elétrica. Essa forma de produção é chamada de combustão direta, que faz com que a energia térmica seja convertida em energia mecânica e, depois, em energia elétrica. 

Vantagens da bioeletricidade 

No Brasil, cerca de 8,55% da energia elétrica produzida é gerada a partir da biomassa. Sendo o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, o país tem uma janela de oportunidade para investir na biomassa e na bioeletricidade. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), 75% da bioeletricidade gerada em 2024 foi de resíduos da cana-de-açúcar. 

As vantagens da bioeletricidade englobam diferentes aspectos sociais, econômicos e ambientais, como por exemplo: 

Segurança energética: investir em fontes alternativas de energia é uma maneira de garantir a segurança energética do país para que a matriz seja diversificada. Um dos principais pontos é a redução da dependência das fontes não renováveis de energia, como o petróleo e o gás natural, cujas reservas não se renovam com frequência. A variação da matriz energética tornou-se necessária a partir da crise do petróleo, na década de 70, quando os barris triplicaram de preço. Saiba mais sobre a relação entre a cana-de-açúcar e a segurança energética.

Redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE): ao evitar fontes de energia não renováveis e dar preferência para as renováveis, acontece a redução da emissão de gases poluentes na atmosfera, como o gás carbônico. A substituição de combustíveis fósseis por alternativas mais limpas é um processo chamado descarbonização, que contribui no combate ao aquecimento global. Confira os impactos da gasolina no meio ambiente. 

Geração de empregos em zonas rurais: as plantações de cana-de-açúcar e usinas de biomassa, em sua maioria, estão situadas longe dos centros urbanos. Isso é importante para levar desenvolvimento para as zonas rurais, pois garante a geração de empregos e renda, aumenta a capacitação das pessoas da região, estimula a construção de estradas, entre outras melhorias. Segundo levantamento da SIAMIG Bioenergia,  com dados do Ministério do Trabalho, o setor bioenergético gerou, em 2022, 2.486 milhões de empregos diretos e indiretos, distribuídos em 19 estados do país. Veja mais sobre a importância do setor bioenergético na economia brasileiro. 

Redução do desperdício: ao encontrar um novo uso para os resíduos, que inicialmente seriam jogados fora, a bioeletricidade alinha-se à economia circular, um modelo de produção que busca aumentar a vida útil dos recursos. A cana-de-açúcar é uma matéria-prima com forte presença na economia circular. Além da bioeletricidade, também pode ter os restos da produção de etanol e açúcar usados para linhaça e biofertilizante, por exemplo. Saiba mais sobre a cana-de-açúcar na economia circular. 

Bioeletricidade em Minas Gerais

Um dos papéis da Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (SIAMIG Bioenergia) é reunir as indústrias de bioeletricidade sediadas no estado de Minas Gerais, sendo o principal canal de interlocução entre o setor de bioenergia e sociedade civil, governos, autarquias e órgãos responsáveis pelo planejamento energético brasileiro. 

Entre as associadas à SIAMIG Bioenergia, as que trabalham com geração de bioeletricidade são: Adecoagro; Agropéu; Araporã Bioenergia; Bambuí Bioenergia; Bioenergética Aroeira; Bioenergética Vale do Paracatu (BEVAP); bp bioenergy unidades Frutal, Ituiutaba e Santa Juliana; CMAA unidades Vale do Pontal e Vale do Tijuco; CRV Industrial; Delta Sucroenergia unidades Delta e Volta Grande; Raízen unidade Lagoa da Prata; Sada Bioenergia – Usina São Judas Tadeu; Usina Cerradão; Usina Coruripe unidade Campo Florido e Iturama; Usina Santo Ângelo; Vale do Paracatu Bioenergia (VPA) e W.D Agroindustrial. 

Fonte: Siamig Bioenergia