Biomassa já responde por capacidade instalada de 9.712 MW
22-01-2015
Em tempos de crise hídrica, cresce participação de fontes como eólica, solar e biomassa, que ganharam área de atendimento especializado dentro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)
O verão é conhecido por ser um período de muitas chuvas no Brasil. Porém, a estação mais chuvosa do ano já está quase no meio e as precipitações continuam num nível abaixo da média histórica. No Centro-Sul, quase todos os reservatórios, utilizados para abastecimento hídrico das cidades e para a geração de energia elétrica, estão bem abaixo do ideal.
O resultado disso é o racionamento de água que muitas cidades estão enfrentando. Além disso, o nível dos reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do país, recuou para abaixo do patamar de 18% da capacidade, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Alguns municípios da região já começaram a sofrer eventualmente com alguns apagões no fornecimento de energia, mas a situação apenas não é pior porque as usinas termelétricas estão funcionando com força total. Mas se por um lado isto garante a continuidade do fornecimento de energia, por outro é alternativa mais cara e poluente.
Diante deste cenário, outras fontes renováveis e limpas de energia – que não a hidrelétrica – registram crescimento. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), com base nos resultados dos últimos leilões, a capacidade instalada em eólicas deve crescer 205% nos próximos cinco anos, passando dos atuais 3.384 MW para mais de 11.000 MW, enquanto o número de parques deve saltar de 154 para mais de 460.
Em relação à biomassa, a fonte já responde hoje por uma capacidade instalada de 9.712 MW e deve chegar a mais de 10.000 MW, com 228 plantas em operação. No caso da energia solar, no último leilão de energia de reserva foram negociados 31 empreendimentos, representando uma capacidade instalada de 890 MW.
A contratação de usinas dessas fontes em leilões e no mercado livre de energia fez com que 170 empresas, representando 228 empreendimentos, se tornassem associadas da CCEE apenas entre 2013 e 2014. O forte aumento da participação desses agentes na CCEE, que soma 2,8 mil associados - entre geradores, comercializadores, distribuidores e consumidores de energia elétrica - sinalizou para a instituição a necessidade de criar uma carteira temática de atendimento.
“Identificamos a oportunidade de qualificar o apoio a esses agentes por meio de um relacionamento mais próximo e especializado. Não apenas pelo crescimento das renováveis em si, mas também pelas características particulares das operações desses empreendimentos no mercado”, explica Cesar Pereira, gerente executivo de Atendimento ao Mercado da CCEE.
Por isso, a CCEE criou um atendimento especializado em renováveis, voltado a atender principalmente o crescimento dos setores eólico, biomassa e solar.
“A ideia é avaliar os resultados da iniciativa e expandir esse tipo de atendimento de forma gradual, com possibilidade de ampliar o escopo para outros segmentos do mercado”, informa Cesar Pereira
A área de Atendimento da CCEE realiza uma média de quatro mil atendimentos por mês, prestando auxílio às empresas associadas com relação a todos os assuntos relacionados à comercialização de energia e operações no mercado.
CCEE E A BIOMASSA - A União da Indústria da Cana de Açúcar (UNICA) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) desenvolveram o Selo Energia Verde, que certificará as empresas que usam energia produzida a partir da biomassa de cana-de-açúcar, além das usinas geradoras desse tipo de eletricidade. O lançamento do Selo ocorrerá em São Paulo, no dia 26 de janeiro, às 14h30, no auditório da UNICA.

