BNDES aprova R$ 384,3 milhões para FS capturar e estocar carbono no solo
12-12-2025

Ilustração
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Carbono será injetado nos reservatórios sedimentares salinos da Bacia dos Parecis, onde está localizada a usina

Por Camila Souza Ramos — São Paulo

O BNDES aprovou um financiamento de R$ 384,3 milhões para a FS, uma das maiores fabricantes de etanol de milho do país, construir uma unidade de captura e estocagem de gás carbônico anexa à sua usina em Lucas do Rio Verde (MT). O recurso destinado ao projeto Bioenergy with Carbon Capture and Storage (BECCS) será liberado através da linha BNDES Mais Inovação.

O carbono será injetado nos reservatórios sedimentares salinos da Bacia dos Parecis, onde está localizada a usina, segundo a FS. O processo permitirá que todo o carbono emitido na produção do etanol de milho da empresa na unidade seja capturado, resultando em um produto sem pegada de carbono, ou até negativa, informou a companhia. Deverão ser injetados no subsolo 423 mil toneladas de carbono por ano.

As prospecções para o projeto foram iniciadas em 2020, com a avaliação do potencial geológico da bacia. Após o avanço dos testes e validações, a companhia obteve da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso a licença ambiental para a execução do projeto em 30 de julho deste ano.

“O BECCS representa um avanço decisivo na nossa trajetória de sermos referência global em combustível de pegada de carbono negativa. Essa tecnologia abre novos mercados, como o de créditos de carbono, e posiciona o Brasil na vanguarda da transição energética”, afirmou Rafael Abud, CEO da FS, em nota.

A companhia já começou a vender créditos de carbono relacionados a esse projeto. Também poderá solicitar a aplicação de um bônus de 20% sobre sua nota de eficiência energética-ambiental no âmbito do RenovaBio, uma vez que o programa prevê essa bonificação para produtores de biocombustíveis que comprovem ter emissão negativa de carbono em sua produção.

“O financiamento aprovado pelo BNDES reforça o compromisso do banco, que atua em sintonia com a agenda de transição energética do governo do presidente Lula, de contribuir com a descarbonização no país e com a implementação de um ativo mercado de carbono. A remoção de 423 mil toneladas de CO2 da atmosfera por ano contribui com o compromisso do governo brasileiro de redução de emissões de gases de efeito estufa firmado no Acordo de Paris”, disse Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, em nota.