Brasil inova na descarbonização da frota offshore com tecnologia pioneira
14-07-2025
Projeto inédito internacional da CBO transforma motor marítimo para operar com etanol e diesel
Durante a Nor-Shipping 2025, uma das maiores feiras internacionais do setor marítimo realizada em Oslo, Noruega, a Companhia Brasileira de Offshore (CBO) anunciou oficialmente um avanço inédito para o mercado naval global: a assinatura do primeiro contrato mundial para a conversão de um motor marítimo de grande porte para operar com sistema dual-fuel diesel/etanol. Denominada Projeto Ethanol, a iniciativa simboliza uma nova era na busca por soluções de baixo carbono no setor offshore brasileiro.
O projeto é fruto de uma aliança estratégica entre a CBO, a Sotreq (representante oficial da Caterpillar no Brasil), a fabricante global Caterpillar/MaK e a empresa de engenharia HAV Design. A expectativa é de que o motor convertido esteja em operação até 2027, após passar pelas etapas técnicas de instalação, comissionamento e testes em campo.
Com a nova tecnologia, estima-se uma redução líquida entre 15% e 20% nas emissões de CO₂ por motor convertido, considerando uma proporção de 35% a 40% de etanol na mistura. Essa performance é viabilizada graças à baixa pegada de carbono do etanol brasileiro — especialmente aquele produzido a partir de cana-de-açúcar geneticamente aprimorada e técnicas industriais de segunda geração, que podem reduzir até 90% das emissões no ciclo de vida do combustível.

Segundo a empresa, é a primeira vez no mundo que um motor MaK M 32 C é convertido para operar com diesel e até 40% de etanol. Trata-se de um avanço tecnológico inédito e um marco global para a descarbonização da indústria marítima.
Para garantir a segurança e confiabilidade da operação, apenas um dos motores da embarcação será convertido nesta primeira fase. Os demais continuarão com a configuração original, permitindo uma comparação direta de desempenho sem comprometer a disponibilidade operacional da embarcação.
A embarcação passará por importantes adaptações para receber o novo sistema, incluindo modificações nos sistemas de ventilação, contenção de líquidos e detecção de gases. Todo o processo seguirá normas internacionais rigorosas para combustíveis com baixo ponto de fulgor, reforçando o comprometimento da CBO com os padrões de segurança mais exigentes do setor.

