Brasil precisará investir mais de R$ 3 trilhões para zerar emissões no transporte rodoviário até 2050, aponta estudo
14-11-2025
Relatório do Pacto Global da ONU – Rede Brasil e Scania detalha caminhos de financiamento e tecnologias para descarbonização do setor de cargas
O Brasil precisará investir R$ 3,42 trilhões até 2050 para alcançar a neutralidade de carbono no transporte rodoviário de cargas, segundo o estudo “Roadmap para o Transporte Rodoviário Net Zero”, lançado pelo Pacto Global da ONU – Rede Brasil, em parceria com a Scania e apoio da Confederação Nacional do Transporte (CNT), durante a COP30, em Belém - PA.
Elaborado pela Mitsidi Consultoria, o relatório mapeia 21 mecanismos de financiamento e incentivos voltados à descarbonização, avalia a maturidade das tecnologias disponíveis e propõe 132 ações estruturantes para acelerar a transição, entre elas, o fortalecimento do crédito para renovação de frotas, diversificação de investimentos e criação de uma infraestrutura adequada ao uso de combustíveis limpos.
As projeções indicam que o país pode reduzir em até 73% as emissões do transporte pesado com a adoção de biometano, biodiesel renovável, diesel verde (HVO), eletrificação e hidrogênio verde, complementadas por tecnologias de captura e créditos de carbono para neutralizar as emissões residuais.
“O Net Zero não é apenas resposta à crise climática, mas oportunidade de reposicionar o Brasil como protagonista global da transição energética”, afirma Guilherme Xavier, diretor do Pacto Global da ONU – Rede Brasil.
Para Patrícia Acioli, diretora de Comunicação e Sustentabilidade da Scania, a iniciativa “reforça o papel das empresas na construção de soluções concretas que tornem a mobilidade de baixo carbono viável e competitiva”.
O documento também destaca o Hub de Biocombustíveis e Elétricos, criado há dois anos por Pacto Global e Scania, que reúne 90 empresas responsáveis por 15% do PIB nacional e atua na capacitação e integração de agentes públicos e privados.
De acordo com as projeções, a meta para 2050 inclui 1,27 milhão de caminhões elétricos e a biocombustível, 833 mil empregos gerados e redução de 1,63 gigatoneladas de CO₂, consolidando o transporte sustentável como eixo estratégico da economia verde brasileira.

