Brasil reafirma liderança na transição energética na 12ª Conferência DATAGRO CEISE Br Fenasucro

18-08-2025

Especialistas e autoridades destacam a bioenergia e os biocombustíveis como pilares estratégicos para o futuro sustentável e competitivo do país

A 12ª Conferência DATAGRO CEISE Br Fenasucro foi palco de um debate de alto nível sobre o tema “Combustível do Futuro – Brasil, líder mundial da Transição Energética”, reunindo especialistas, representantes do poder público e lideranças do setor sucroenergético no Auditório Fenasucro, durante a 31ª edição da Fenasucro & Agrocana.

Participaram da mesa Plinio Nastari, presidente da DATAGRO; Arnaldo Jardim, deputado federal, presidente da Comissão Especial da Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde e relator do projeto Combustível do Futuro; e Ricardo Rosário, coordenador de Transição Energética da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Para Plinio Nastari, 2025 é um ano decisivo para a consolidação do papel brasileiro no cenário mundial, sobretudo com a realização da COP30 no país. “O Brasil tem a oportunidade de mostrar ao mundo o que fez nas últimas décadas, atingindo um marco extraordinário: 50% da sua oferta interna de energia é renovável. É disparado, o país com a maior proporção de matriz energética limpa”, afirmou.

O executivo reforçou que essa vantagem competitiva é resultado de décadas de investimento em bioenergia, tecnologia agrícola e políticas públicas voltadas à sustentabilidade.

Ricardo Rosário destacou o papel estratégico do estado de São Paulo na aceleração da transição energética, citando investimentos robustos e incentivo à pesquisa. Entre os exemplos, mencionou o trabalho do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que desenvolveu cinco novas variedades de cana-de-açúcar para elevar a produtividade e a geração de energia, além de pesquisas com energia solar, eólica, fotovoltaica, biogás e biometano.

O coordenador também enfatizou o crescimento acelerado do setor. “No ano passado, tínhamos quatro projetos de biogás e biometano no estado de São Paulo. Hoje, já são 49. O setor percebeu que essa é uma oportunidade estratégica, além do açúcar e de outros produtos da cana”.

O deputado Arnaldo Jardim defendeu que a bioenergia seja tratada como prioridade estratégica no Brasil, unindo diferentes setores da economia.

“A transição energética é a bandeira que o Brasil precisa. Temos muito a mostrar ao mundo, especialmente no biometano, nos biocombustíveis e no combustível sustentável da aviação. O diesel verde, somado a regras para sequestro e captura de carbono, permitirá que nossos combustíveis tenham pegada negativa, absorvendo carbono em vez de emitir”.

O parlamentar destacou ainda que a diversificação da matriz energética e a inovação tecnológica são cruciais para manter o país na liderança global.