Brasil tem pelo menos mais uma década como importador de combustíveis fósseis
12-11-2024
Aumento na demanda de diesel e baixos investimentos em refino vão manter dependência do mercado externo até 2034, aponta PDE
Por Gabriela Ruddy
O Brasil vai continuar a ter que importar combustíveis fósseis, sobretudo diesel, para atender a demanda energética nacional pelo menos até 2034, indicou o Plano Decenal de Energia (PDE) colocado em consulta pública pela EPE.
O cenário persiste independentemente do aumento — ou não — da extração de petróleo na próxima década, devido ao contínuo crescimento da demanda e à falta de investimentos mais robustos na expansão do refino nacional.
A EPE projeta que em 2034 o país vai precisar importar 25% do volume consumido de diesel.
A dependência ocorre mesmo com o aumento de 13% na capacidade de produção de diesel com a entrada do segundo trem da Rnest.
O documento destaca a centralidade do diesel e a dificuldade substituição por outros combustíveis principalmente no transporte de cargas.
A substituição por combustíveis menos poluentes pode ajudar a atenuar, mas não a eliminar, a dependência do mercado externo.
No caso da gasolina, a dependência das importações vai cair para 3% até 2034, com o avanço da oferta de etanol e o maior uso de veículos elétricos.
As projeções já refletem as políticas aprovadas no Combustível do Futuro, que prevê aumento da mistura dos biocombustíveis.
Além da continuação da importação de diesel, gasolina e querosene de aviação nesse período, o país pode também começar a ter que importar petróleo cru — a temida perda da autossuficiência.
A queda na produção embala o pleito do setor pelo avanço na exploração na região da Margem Equatorial.
O pico de produção de petróleo está previsto para 2030, com 5,3 milhões de barris/dia. No ano seguinte, começa o declínio, caso não ocorram grandes novas descobertas.
Fonte: Agência Eixos

