Brasil terá SAF em escala comercial a partir de 2027 e mira liderança global em combustíveis sustentáveis
15-08-2025
Painel na FenaBio apresentou investimentos bilionários e estratégias para posicionar o país como fornecedor de energia limpa para a aviação e transporte marítimo
O Brasil se prepara para um marco histórico na descarbonização da aviação: a partir de 2027, o combustível sustentável de aviação (SAF – Sustainable Aviation Fuel) passará a ser disponibilizado em escala comercial. O anúncio foi reforçado durante o painel “Céu e Mar: desafios para as bioenergias”, realizado na FenaBio, dentro da 31ª Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho - SP.
De acordo com Tarcísio Soares, International & Strategy Manager da Airbus, o processo de certificação para uso pleno do SAF já está em andamento. “Hoje, as aeronaves só podem voar com até 50% de SAF. A boa notícia é que não será necessário modificar os aviões. Com os testes, vamos garantir segurança e viabilizar a descarbonização na aviação”, destacou.
O marco legal do programa Combustível do Futuro determina que, já em 2027, companhias aéreas domésticas deverão utilizar ao menos 1% de SAF, percentual que crescerá gradualmente até atingir 10% em 2037. Para atender à meta, será necessário produzir 1,1 bilhão de litros do biocombustível.
A Acelen Renováveis, por meio de seu CEO Luiz de Mendonça, anunciou US$ 3 bilhões em investimentos para produção de SAF e HVO (óleo vegetal hidrotratado) a partir da macaúba, com início das operações previsto para o primeiro trimestre de 2028.
“Será um projeto em larga escala, com capacidade para ultrapassar a demanda interna e exportar até 80% para mercados como Europa e Estados Unidos”, afirmou Mendonça.
Para Felipe da Cunha Siqueira, especialista da Firjan, o Rio de Janeiro desempenhará papel central na consolidação do SAF no país. “Com políticas públicas adequadas e investimentos, podemos nos tornar referência global. O Galeão já recebeu SAF importado para testes”, lembrou.
Especialistas reforçam que a produção nacional ganhará impulso com novos projetos, políticas públicas de incentivo e inovação tecnológica, posicionando o Brasil como fornecedor global de energia limpa não apenas para a aviação, mas também para o transporte marítimo.

