Brasil ultrapassará R$ 1 trilhão em recursos para biocombustíveis na próxima década
04-12-2024

Lei do Combustível do Futuro impulsiona avanços no setor, com estimativas detalhadas de investimentos e custos operacionais até 2034

A implementação da Lei do Combustível do Futuro (Lei 14.993/24), desenvolvida pelo Ministério de Minas e Energia (MME), coloca o Brasil em um novo patamar no setor de biocombustíveis. Segundo a Nota Técnica “Investimentos e Custos Operacionais e de Manutenção no Setor de Biocombustíveis”, divulgada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os recursos destinados ao segmento nos próximos dez anos ultrapassarão R$ 1 trilhão. Deste montante, R$ 100 bilhões correspondem a investimentos (CAPEX), enquanto R$ 924 bilhões serão direcionados a custos operacionais e de manutenção (OPEX) no período de 2025 a 2034.

Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, os números apresentados são prova do impacto transformador da nova legislação no cenário energético nacional. “O ‘Combustível do Futuro’ marca o início de uma era de inovação, sustentabilidade e desenvolvimento econômico para o Brasil. Os biocombustíveis são nossa oportunidade de liderar a transição energética global, unindo nossa capacidade produtiva com um compromisso sólido com o meio ambiente e o crescimento sustentável”, declarou o ministro.

O estudo da EPE abrange diferentes frentes de desenvolvimento, como a ampliação da produção de etanol, biodiesel, biometano e combustíveis sustentáveis para aviação (SAF). Além disso, inclui tecnologias emergentes como o diesel verde e o bio-CCS (captura e armazenamento de carbono biogênico). A produção de etanol é o principal destaque, concentrando 59% dos investimentos previstos. Esses recursos serão aplicados na construção de novas usinas e na modernização das plantas existentes.

No segmento de etanol de cana-de-açúcar, os investimentos estimados ultrapassam R$ 59 bilhões, abrangendo desde a formação de novos canaviais até a ampliação da capacidade industrial. Já o setor de biodiesel, que será impulsionado por mandatos de mistura obrigatória progressivos, deve receber R$ 14,5 bilhões em aportes para infraestrutura, além de R$ 77,5 bilhões em custos operacionais.

O mercado de combustíveis sustentáveis para aviação também ganha protagonismo, com projetos anunciados que poderão movimentar R$ 17,5 bilhões em investimentos. Esse avanço coloca o Brasil em posição de destaque na descarbonização do transporte aéreo, consolidando sua relevância no cenário internacional.

Impacto econômico e ambiental

A Lei do Combustível do Futuro traz estímulos importantes para a indústria nacional, alinhando o Brasil às metas globais de descarbonização. O etanol, por exemplo, desempenha papel central na estratégia brasileira, não apenas como combustível, mas também como vetor de inovação tecnológica. Além disso, o biodiesel e os combustíveis de aviação sustentáveis fortalecem o papel do país na promoção de soluções energéticas mais limpas.

“O Brasil está demonstrando ao mundo que é possível crescer economicamente enquanto preservamos o meio ambiente. Com essa legislação, garantimos o fortalecimento do setor de biocombustíveis e o protagonismo do país na transição energética”, concluiu Alexandre Silveira.