Cacau e café abrem pregão com fortes quedas em Nova York; açúcar e algodão também operam em baixa
22-05-2025

Desvalorização do cacau reflete um sinal de recomposição dos estoques globais — Foto: Wenderson Araujo/CNA
Desvalorização do cacau reflete um sinal de recomposição dos estoques globais — Foto: Wenderson Araujo/CNA

O cenário climático e macroeconômico pesou sobre as soft commodities na bolsa de Nova York, que abrem o pregão desta quinta-feira (22/5) com fortes quedas. A realização de lucro de investidores e mudança de posições vendidas atingem principalmente o cacau e o café com vencimento para julho.

Por Isadora Camargo — São Paulo

No caso da amêndoa, apesar de o principal fundamento ser a qualidade da safra intermediária da Costa do Marfim, há um recuo de 3,23% para os lotes futuros, que operam a US$ 10.373 a tonelada. A desvalorização reflete um sinal de recomposição dos estoques globais, segundo o site Barchart. Os estoques de cacau monitorados pela ICE nos portos dos EUA atingiram a maior alta em sete meses na quarta-feira, com 2,16 milhões de sacas. Outro movimento é a queda do preço do cacau em Londres, que respinga nas negociações da Nova York.

Para os contratos de café, a queda desta manhã é de 1,67%, valendo US$ 3,6420 por libra-peso, um dos menores valores desde fevereiro.

O avanço da colheita no Brasil e as melhores projeções sobre o volume da safra 2025/26 arrefecem os picos do arábica na bolsa americana, porém não indicam que uma queda brusca capaz de derrubar as cotações, como analisa a economista Ana Paula Iacovino, que também produz café no sul de Minas Gerais, em Bueno Brandão.

Segundo Marcos Magalhães, da MM Cafés, o mercado vivencia uma “lateralidade” e as oscilações devem continuar, mas no momento há realização de lucros e um interesse mais contido da indústria pela compra dos cafés, o que faz que o aperto dos estoques não seja uma causa suficiente para sustentar os preços acima dos US$ 4 a libra-peso. Contudo, nos próximos dias, o clima no Brasil terá força como fator técnico na bolsa.

Os papéis do açúcar para julho, depois de fecharem em alta consistente na véspera, recuam 1,41%, custando 17,45 centavos de dólar por libra-peso. Canaviais brasileiros seguem mais úmidos que o normal, mas este bastidor não sustentou uma abertura de alta em Nova York.

O algodão cai 0,92% e os lotes de julho estão precificados a 68,46 centavos de dólar por libra-peso.

Fonte: Globo Rural