Café continua em forte alta na bolsa de Nova York
26-11-2024
Algodão e cacau operam em baixa, enquanto açúcar sobe
Por Fernanda Pressinott — São Paulo
Os contratos de café arábica continuam em forte alta, na bolsa de Nova York, com os lotes mais negociados a US$ 3,1005 a libra-peso, 0,55% mais que no último fechamento.
Nesta semana, esses contratos chegaram ao maior nível em 13 anos, sem que os fundamentos tenham se alterado: os problemas climáticos persistem e são globais, prejudicando a produção de café em todos os principais países produtores; os estoques de segurança são baixos, tanto nos países produtores como nos consumidores; após a chegada das chuvas, e a consequente abertura da principal florada, as informações sobre queda forte de flores nos cafezais brasileiros são crescentes, apontando para uma quebra significativa de volume na próxima safra brasileira de café 2025; e a aproximação do período de inverno no hemisfério norte, quando o consumo de café cresce significativamente.
O escritório Carvalhaes, especialista em café, também indica que a resistência dos cafeicultores brasileiros em vender o grão nestes meses finais de 2024 (há estimativas de que apenas 20% da atual safra brasileira 2024 ainda esteja em mãos de produtores), contribuem com a alta forte nas bolsas.
“Desde o final de setembro, os especuladores esticaram ao máximo as apostas na alta do arábica em Nova York, e agora eles entram com força esperando altas também nos contratos do robusta na bolsa de Londres”, acrescenta Vicente Zotti, sócio da Pine Agronegócio.
Ontem, em Londres, os futuros do robusta para janeiro subiram 2,51%, para US$ 5.110 a tonelada.
Ainda de acordo com Zotti, no momento, não há registro de problemas com a safra do Vietnã, que está em fase inicial de colheita. O receio com tufões não provocou queda precoce dos grãos e nem prejudicou a qualidade do robusta no país, o que alimenta a tese de aspectos técnicos pautando o mercado, comenta o analista.
Por fim, as projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reforçam o cenário pessimista com a safra do Brasil. O organismo estimou uma colheita no país de 69,9 milhões de sacas em 2024/25, redução de 5,8% se comparado com o ciclo anterior.
Nos negócios de algodão, os lotes para março do ano que vem caem 0,35%, depois de terem subido na véspera. A cotação agora é de 71,78 centavos de dólar por libra-peso.
Depois de atingir uma máxima de cinco meses na sexta-feira passada, o cacau perdeu força e recua 0,45%, para US$ 8.920 a tonelada.
Já os contratos do demerara para março de 2025 sobem 1,32% após caírem por duas sessões consecutivas, para 21,42 centavos de dólar por libra-peso.
fonte: Globo Rural

