Cana-de-açúcar: feminina no nome e na força que a conduz
08-03-2024

Cana-de-açúcar, um substantivo feminino.

*Por Tainá Sipos

Não está apenas em seu nome o feminino, mas em todo o setor que essa forte cultura movimenta. Vamos fazer uma reflexão de como a cana e as mulheres têm muitas características em comum? É uma singela maneira para celebrar essas duas protagonistas importantes neste Dia Internacional da Mulher. O primeiro fato está na introdução da lavoura canavieira no Brasil, em 1532, por Ana Pimentel. Foi uma mulher que deu o pontapé inicial para esse cultivo que é uns dos que giram a engrenagem do agronegócio e da economia do nosso país.

Na agricultura, ali no canavial, essa planta começa a germinar para seus multiciclos – de 5 a 6 cortes, em média -, com isso, já podemos ver a similaridade com as mulheres. Ambas passam por diferentes fases da vida, para aprenderem e crescerem ainda mais fortes. Nós mulheres, passamos pela infância, adolescência, adulta, madura até a velhice, mas sempre se desenvolvendo. Após o seu primeiro corte, a cana segue para a indústria e lá terá seus frutos: se transformará em açúcares, etanol, energia, biogás e até insumo para o próprio canavial, tudo isso de forma limpa e ainda fazendo a descarbonização. Hoje, ainda gera um novo produto: o Crédito de Carbono (Cbio). Já os frutos das mulheres são seus filhos, seu legado, sua representatividade, além de inúmeros que realizam durante sua vida.

Citei algumas das características em comum da cana-de-açúcar e seus ciclos com a mulher e sua vida. Mas a ligação de ambas vai muito além. Desde o início da cultura no Brasil, as mulheres estavam lá, seja no cultivo do campo ou na produção dos primeiros derivados. Essas guerreiras estavam abrindo o caminho para nós que estamos hoje, inseridas cada vez mais no setor em diferentes funções. Temos a força feminina na liderança dos canaviais com as produtoras que assumiram a administração da propriedade de seus pais ou esposos. Há ainda as que estão em outras funções-chaves para o desenvolvimento da cultura. Posso citar as que temos na Corteva Agriscience. Eu, que estou há um ano na liderança de marketing para a cultura, a cada dia mais me apaixono pela cana e vejo nossas similaridades. Em nosso time, contamos ainda com agrônoma de campo, pesquisadora, líder comercial, líderes de vendas, além de posições em comunicação.

As mulheres e a cana têm o mesmo propósito: unir forças para gerar energia. A união não está apenas nas atuações femininas, mas nas pessoas. O ser humano é importante em tudo. Os homens, também têm uma ligação muito forte com a cana e segue junto com as mulheres trabalhando para o sucesso do setor. É importante ter a diversidade de olhares, pensamentos, estratégia e pessoas em qualquer cultura, mas principalmente na cana, que é diversa da lavoura à indústria, gerando diferentes matérias-primas e produtos fundamentais em nossas vidas, de forma limpa e renovável.

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher e o mês que destacamos a ligação das mulheres com a cana em eventos como o “Cana, Substantivo Feminino”, é importante abordarmos a nossa força e características semelhantes com a cultura, mas principalmente, a nossa ideia e foco de construir pontes, unir forças e sermos resilientes para seguirmos prosperando a cana-de-açúcar brasileira e seus derivados pelo mundo. Sendo exemplo de produção sustentável de alimento e energia, movimentando a engrenagem do agronegócio e do planeta.

*Tainá Sipos é Engenheira Agrônoma e Líder de Marketing de Cana da Corteva Agriscience