Cana/StoneX: Centro-Sul deve moer 620,5 milhões de t em 2026/27 (+3,6% ante 2025/26)
24-09-2025
A moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul deve alcançar 620,5 milhões de toneladas em 2026/27, alta de 3,6% em relação ao ciclo atual, segundo a primeira estimativa da StoneX, divulgada nesta terça-feira. O resultado, se confirmado, representará a terceira maior safra da história da região.
Por Leandro Silveira
A recuperação esperada está ligada ao rejuvenescimento dos canaviais após o aumento das renovações em 2024/25 e 2025/26, à expansão da área colhida – que deve atingir 8 milhões de hectares, 1,8% acima do atual ciclo – e à perspectiva de chuvas mais próximas da normalidade entre outubro e março. Parte do crescimento vem da recomposição de áreas afetadas por queimadas em 2024, que atingiram cerca de 420 mil hectares.
“A recuperação das áreas reformadas após as queimadas e o retorno esperado das chuvas criam um ambiente mais favorável para o setor”, afirmou, em relatório, o analista de inteligência de mercado da StoneX, Marcelo Di Bonifácio Filho. A produtividade deve avançar levemente, para 77,5 toneladas por hectare, apesar do impacto ainda presente da seca em regiões como Triângulo Mineiro, sul de Goiás e noroeste paulista.
No açúcar, a produção deve somar 42,1 milhões de toneladas, crescimento de 5,7% frente ao ciclo 2025/26, impulsionado pela maior moagem e pela recuperação do Açúcar Total Recuperável (ATR), projetado em 138,8 kg/tonelada. O volume coloca a safra como a segunda maior da série histórica, com exportações próximas ao recorde de 2024, em torno de 34 milhões de toneladas.
O etanol também terá papel relevante. A produção total pode chegar a 36 bilhões de litros, alta de 9,8%, com destaque para o etanol de milho, cuja oferta deve atingir 11,4 bilhões de litros, avanço de 17,5%. O combustível derivado do cereal deve representar quase um terço da oferta da região. Já o etanol de cana deve somar 14,6 bilhões de litros, aumento de 6,6%.
No Norte-Nordeste, a moagem em 2025/26 deve permanecer praticamente estável, em 57,3 milhões de toneladas, mas a produção de etanol de milho deve se aproximar de 1 bilhão de litros. O avanço é puxado pela entrada em operação de novas plantas, como a da Inpasa em Luís Eduardo Magalhães (BA), com capacidade superior a 500 milhões de litros anuais.
“O etanol de milho ganha relevância estratégica no Nordeste por diversificar a matriz de produção, garantir maior segurança no abastecimento de biocombustíveis e ampliar a competitividade da região no mercado nacional”, disse Di Bonifácio.
2025/26 – A StoneX também estimou que a safra 2025/26 no Centro-Sul vai terminar com 598,8 milhões de toneladas de cana moídas, recuo de 3,7%. Já a produção de açúcar será de 39,8 milhões de toneladas, queda de 0,8%.
Fonte: Broadcast

