Cerradão projeta aumento de moagem em 2026 com expansão agrícola
11-12-2025
Operação verde de R$ 80 milhões apoia recuperação dos canaviais enquanto empresa avança em novos projetos industriais no Triângulo Mineiro
Por Andréia Vital
A Cerradão estima um crescimento expressivo de produção para a próxima safra. Durante a cerimônia do 22º Prêmio Visão Agro Brasil, realizada no dia 4 em Ribeirão Preto - SP, o coordenador de Bioenergia, Eduardo Henrique Souza, disse à CanaOnline que a usina deve elevar a moagem dos atuais 5,2 milhões de toneladas para aproximadamente 7,5 milhões em 2026.
Segundo ele, a retomada agrícola pós-2021 sustenta esse avanço. “Tivemos uma degradação importante em 2021, mas estamos recuperando ano após ano. Em 2026, essa retomada vai nos permitir atingir novos patamares de produção”, afirmou. Souza destacou ainda que a empresa atravessa um ciclo de ganho de eficiência. “A Cerradão está em uma rampa muito ascendente, sempre prezando pela eficiência e pelas oportunidades energéticas do nosso portfólio”, comentou.
O incremento projetado está diretamente ligado à expansão do canavial, reforçada por uma operação de R$ 80 milhões estruturada pelo Rabobank. O financiamento, divulgado pelo banco, utiliza CPR financeira e conta com participação do fundo Agri3, voltado à recuperação de áreas degradadas e ao estímulo de práticas agrícolas sustentáveis. Os recursos permitirão o cultivo e a regeneração de 3.700 hectares no Triângulo Mineiro, etapa considerada estratégica para que a companhia alcance sua capacidade potencial de 8 milhões de toneladas de moagem em até três anos.
O reconhecimento obtido pela Cerradão na categoria Cogeração de Energia do Visão Agro também dialoga com esse movimento de reorganização da eficiência operacional. A premiação destacou melhorias no aproveitamento da biomassa e na geração de energia, áreas que se tornaram centrais na estratégia industrial da empresa.
Paralelamente, a Cerradão integra o consórcio responsável pela implantação da Usina Prata Bioenergia, projeto greenfield no município de Prata, Minas Gerais. Prevista para iniciar operações em 2028 com capacidade inicial de 2,5 milhões de toneladas de cana, a unidade poderá chegar a 3,2 milhões em 2029. O empreendimento reúne o Grupo Boa Esperança, Queiroz e Queiroz Bioenergia e JP Andrade Agropecuária, esta última sócia da Cerradão.
Com expansão agrícola financiada, recuperação gradativa dos canaviais e participação em novos projetos industriais, a empresa consolida sua posição como um dos agentes relevantes da bioenergia no Triângulo Mineiro.

