Cocal amplia testes com organominerais de olho no aumento da produção e redução do passivo ambiental
16-01-2024

Cocal aproveita todo o potencial da cana-de-açúcar para produzir açúcar, etanol, energia elétrica, biometano, CO2 verde (food grade) e levedura seca. Foto: Divulgação Cocal
Cocal aproveita todo o potencial da cana-de-açúcar para produzir açúcar, etanol, energia elétrica, biometano, CO2 verde (food grade) e levedura seca. Foto: Divulgação Cocal

Tecnologia já é aplicada em cerca de 95% da cana soca. Experimentos em áreas de plantio começaram este ano

Por Leonardo Ruiz

Com mais de 40 anos de história e 8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar colhidas por ano, a Cocal se destaca como uma das maiores referências em energia renovável no mercado nacional. Suas duas unidades, localizadas nos municípios paulistas de Paraguaçu Paulista e Narandiba, aproveitam todo o potencial da cultura para produzir açúcar, etanol, energia elétrica, biometano, CO2 verde (food grade) e levedura seca com alto grau de inovação tecnológica.

Desde seus primórdios, o investimento em inovação é um dos pilares de atuação da Cocal. Novas tecnologias e processos estão sempre no radar da companhia, com o objetivo de expandir ainda mais sua eficiência produtiva, seja no campo ou na indústria. Uma das apostas mais recentes é uma maior exploração das oportunidades referente ao manejo de organominerais, fertilizantes resultantes da combinação de fontes orgânicas e minerais.

Para a aplicação dos organominerais, foram testados sistemas de distribuição com roscas e esteiras nos implementos

Foto: Divulgação Cocal
 

O Gerente de Tecnologia Agrícola da Cocal, Daniel Gualtieri, relata que fontes organominerais são aplicadas em cerca de 95% da cana soca. Já os testes em áreas de plantio começaram em 2023, em ambientes mais restritivos e em diferentes variedades. “Até o momento, todas as novas áreas estão vigorosas e prontas para iniciarem o desenvolvimento pleno.”

Além de impactar positivamente na produção, a Cocal acredita que maior uso dos organominerais reduzirá o passivo ambiental da companhia, especialmente por diminuírem a dependência de fertilizantes químicos. “Por potencializar a ação microbiana do terreno e disponibilizar nutrientes sem risco de toxidez ao solo e plantas, os organominerais também elevam a capacidade de retenção hídrica do solo, formam microagregados e aumentam a porosidade das áreas.”

Daniel Gualtieri: “Por potencializar a ação microbiana do terreno e disponibilizar nutrientes sem risco de toxidez ao solo e plantas, os organominerais também elevam a capacidade de retenção hídrica do solo, formam microagregados e aumentam a porosidade das áreas”

Foto: Divulgação Cocal

Considerado por muitos como o principal gargalo da técnica, Gualtieri afirma que a aplicação ocorreu de forma satisfatória. “Tomando os cuidados necessários de armazenamento e transporte, não haverá surpresas. No nosso caso, testamos sistemas de distribuição com roscas e esteiras nos implementos.”

Uso de organominerais expande economia circular na Cocal

Os últimos anos levaram a Cocal ao posto de empresa referência nacional em energias renováveis. Guiada pelo conceito de economia circular, a companhia investe em uma produção limpa e sustentável da matéria-prima ao produto final. Para aqueles que desconhecem o termo, a economia circular consiste no uso dos resíduos do próprio processo para a produção de novos produtos. No caso do setor canavieiro, é possível utilizar, por exemplo, o bagaço da cana para geração de bioeletricidade; e a torta de filtro e a vinhaça como fertilizantes naturais e/ou para produção de biogás.

Diante de tantas possibilidades, as empresas do segmento estão sempre em alerta para o surgimento de técnicas que permitam um aprofundamento desse sistema. “Quando uma nova tecnologia se encaixa em um conceito operacional com escala incremental, a chance de ela se consolidar é muito alta”, ressalta Gualtieri.

A torta de filtro está entre os resíduos do processo produtivo da cana-de-açúcar que pode ser aproveitado para a criação dos fertilizantes organominerais

Foto: Arquivo CanaOnline

E o uso de organominerais se encaixa perfeitamente nesse conceito. Gualtieri destaca que manejar fertilizantes que permitam a utilização de subprodutos internos e que possuam incremento de matéria orgânica e liberação gradativa de minerais permitirá, não apenas uma expansão da economia circular, como também grande redução de custo com aumento de produtividade agrícola.

O especialista em cana-de-açúcar da Brasfertil, Homero Moreschi, explica que a torta de filtro, cinza da caldeira, palha e folhas estão entre os resíduos do processo produtivo da cana-de-açúcar que podem ser aproveitados para a criação dos fertilizantes organominerais. “Esse fato demonstra o potencial dessa técnica, que além potencializar a produção dos canaviais, torna a cadeia mais viável e responsável do ponto de vista ambiental.”

Com um processo industrial pioneiro, sustentável e de alto padrão tecnológico, a Brasfertil é uma das líderes de mercado no fornecimento de fertilizantes organominerais para as mais diversas culturas, entre elas, a cana-de-açúcar. A empresa alia inovação e biotecnologia para desenvolver complexos húmicos que levam à potencialização e eficiência dos nutrientes, melhorando as propriedades químicas, físicas e biológicas dos solos e garantindo o melhor desenvolvimento das plantas.

Fonte: CanaOnline