Cocal inaugura segunda planta de biometano em Paraguaçu Paulista
29-09-2025
Nova unidade reforça protagonismo paulista na transição energética e pode gerar até 20 mil empregos
Por Andréia Vital
A cidade de Paraguaçu Paulista - SP viveu um marco no último sábado (27), com a inauguração da mais nova planta de biometano da Cocal. A planta, segunda da empresa no estado, terá capacidade de produzir até 60 mil metros cúbicos de biometano por dia, utilizando como base resíduos da cana-de-açúcar, como vinhaça e torta de filtro, aliados a esterco de granjas regionais. Para a diretoria da companhia, o projeto simboliza um avanço decisivo na consolidação de uma matriz energética limpa e renovável.
A inauguração contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do secretário executivo de Agricultura e Abastecimento (SAA), Alberto Amorim, do deputado federal, Arnaldo Jardim, do deputado estadual, Mário Bragato, do secretário de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab e do prefeito de Paraguaçu Paulista, Antian Sasada.
O evento também destacou o papel estratégico do governo estadual. O secretário executivo da Agricultura, Alberto Amorim, lembrou que São Paulo ocupa apenas 3% do território nacional, mas concentra iniciativas pioneiras em licenciamento e inovação energética. Em parceria com SEMIL e CETESB, novas diretrizes ambientais já viabilizam a instalação de outras plantas no setor sucroenergético.
Para o secretário executivo da SAA, Alberto Amorim, o estado de São Paulo comprova com os números consolidados e ações destinadas a um futuro sustentável, tornando-se assim uma referência estadual, nacional e mundial.
"Estamos abrindo, hoje, um novo livro na corrida energética do Estado, do País e do mundo. São Paulo ocupa 3% da superfície do Brasil, mas é muito mais do que isso. Temos um modelo de eficiência, de eficácia, de gestão de mudança, de inovação. E com a liderança que nós temos no governador Tarcísio de Freitas, isso cada vez mais aparece aos olhos do mundo", afirmou.
A distribuição do biometano será realizada via GNC (Gás Natural Comprimido), com transporte em caminhões para clientes industriais e comerciais de diferentes regiões do país. Um dos objetivos da Cocal é ampliar o uso do combustível em substituição ao diesel no transporte, fechando um ciclo sustentável com emissão zero desde a produção até o consumo final.
Com mais de 5,5 milhões de hectares de cana-de-açúcar cultivados, São Paulo reforça sua posição como maior produtor nacional e agora amplia a utilização dos subprodutos do setor. Especialistas chamam esse movimento de “pré-sal caipira”, pela capacidade de impulsionar a economia verde e reduzir a dependência de combustíveis fósseis, como ocorreu na crise do petróleo dos anos 1970, quando o etanol de cana se consolidou.
O potencial socioeconômico também é expressivo. Estudos da Fiesp em conjunto com o Governo de São Paulo indicam que a cadeia do biometano pode gerar até 20 mil empregos diretos e indiretos até 2030, além de ampliar a produção de 0,4 milhão para 6,4 milhões de m³/dia. Essa expansão deve reduzir até 16% das emissões previstas nas metas climáticas estaduais e suprir 40% da atual demanda de gás natural.
A cidade de Presidente Prudente será uma das primeiras a receber o biometano distribuído a partir da nova planta. A estratégia fortalece a matriz energética do interior paulista e posiciona a região como polo de atração para novos investimentos sustentáveis.
"Esse projeto significa a geração de empregos e a expansão do biometano na matriz energética das empresas e indústrias da região, ou seja, uma diminuição no consumo de combustíveis fósseis em São Paulo. Com nossas duas plantas em atividade, nossa região se torna uma das principais produtoras de biometano do mundo", conclui Carlos Ubiratan Garms, membro do conselho de acionistas da Cocal.

