Cogen defende inclusão de térmicas a biomassas em reunião no MME
16-10-2025

Reunião com Secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento contou com participação de executivos de diversas empresas do setor

Acompanhada de uma comitiva de executivos do setor, a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) defendeu nesta sexta-feira (10.10), em com o Secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), Gustavo Cerqueira Ataíde, a inclusão das usinas termelétricas a biomassas no LRCAP 2026.

“Foi uma reunião positiva. Nossa expectativa é de que a portaria do MME possa incorporar as biomassas”, afirma o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho. “Fizemos uma explicação conceitual, com base em nossa contribuição na consulta pública, e elucidamos diversas dúvidas do MME sobre questões como despachabilidade, flexibilidade, preço, logística dos biocombustíveis e disponibilidade para geração ao longo do ano inteiro, entre outras. A participação de representantes do setor produtivo foi muito importante para prestar todos os esclarecimentos”, explica o diretor da Cogen.

O encontro contou com a participação do CEO da consultoria Thymos Energia, João Carlos Oliveira Mello, e com representantes de diversas fontes da indústria de biomassas: Bruno Carneiro (Wartsila), José Faustino (Suape II), Luiz Vianna (Delta Energia), Marina Lairé (Adeacoagro), Rafael Beil (Suzano) e Ramon Abrão (LD Celulose).

Entre as fontes listadas pela Cogen que deveriam voltar a constar no LRCAP 2025 ser incluídas estão o etanol, o bagaço de cana-de-açúcar, o B100, o biogás, o biometano, o licor negro, a lenha, resíduos florestais, resíduos sólidos urbanos, o capim elefante e a casca de arroz. No LRCAP 2025, cancelado em abril, as térmicas a biomassas cadastradas totalizavam aproximadamente 7GW de capacidade instalada.

Contribuição da COGEN na Consulta Pública

De acordo com a Cogen, os motivos apresentados na Nota Técnica do MME para justificar a não participação da fonte biocombustíveis no LRCAP estão relacionados tão-somente à geração de energia elétrica a partir do biodiesel, o que não justificaria a exclusão das demais fontes a biomassas. Com esse argumento, a Cogen pede o retorno da participação dessas fontes renováveis no LRCAP 2026, com empreendimentos de geração termelétrica novos ou existentes.

 "As termelétricas a biomassas fornecem energia elétrica de forma firme, resiliente e confiável ao setor elétrico brasileiro, de forma a já prover potência elétrica ao Sistema Interligado Nacional", argumenta a associação em sua contribuição.

 "Trata-se também de uma fonte de energia renovável, de modo que o fomento ao fornecimento de potência a partir das biomassas traz uma série de benefícios a matriz elétrica e a sociedade brasileiras. A proposta da Cogen procura estimular a consolidação das termelétricas a biomassas nos Leilões de Reserva de Capacidade, desenhando uma política setorial mais focada nesse tipo de termelétrica renovável, com produtos independentes das termelétricas não renováveis", afirma a direção da entidade.

“Para a Cogen, essa medida é fundamental para reforçar o papel do país como referência mundial em bioenergia, evitando emissões de Gases de Efeito Estufa, dinamizando a indústria local e estruturando uma oferta de projetos mais próximos à carga. Outra sugestão apresentada pela Cogen é a inserção de parâmetros de flexibilidade operativa condizentes com a fonte. Isso permitiria a concretização de uma oferta significativa de fornecimento de potência elétrica a partir de térmicas a biomassas. São unidades geradoras com caldeiras e turbinas a vapor, equipamentos que precisam de rampas de acionamento e desligamento adequadas", conclui.