Com a ausência de chuva, tem início a melhor período para realizar o controle do Sphenophorus levis
08-05-2020

Áreas com mais de 30% de tocos atacados devem ir para a reforma imediatamente. Para isso, o ideal é utilizar um eliminador mecânico de soqueiras. Foto: Arquivo CanaOnline
Áreas com mais de 30% de tocos atacados devem ir para a reforma imediatamente. Para isso, o ideal é utilizar um eliminador mecânico de soqueiras. Foto: Arquivo CanaOnline

Pesquisadores aconselham que áreas com mais de 30% de tocos atacados devem ir para a reforma imediatamente

O Sphenophorus levis está abalando os canaviais da região Centro-Sul, principalmente em São Paulo, provocando perdas de aproximadamente 30 toneladas por hectare ou a renovação precoce do canavial, em muitos casos no segundo corte.

Pesquisadores aconselham que áreas com mais de 30% de tocos atacados devem ir para a reforma imediatamente, visando diminuir a pressão da população. Para isso, o ideal é eliminar a soqueira remanescente, através de uma aração nas linhas de plantio, procurando revolver os restos culturais e expor as larvas à ação dos raios solares e inimigos naturais.

O certo é triturar a soqueira utilizando um eliminador mecânico de soqueiras. Como as formas biológicas se concentram nas touceiras, essa operação dever ser realizada de março a setembro, ou seja, do final até o início das chuvas, coincidindo com o período seco e temperaturas amenas do ano, em que há maior concentração de larvas e outras formas biológicas.

Entretanto, o gerente de marketing da DMB Máquinas e Implementos Agrícolas, Auro Pardinho, alerta ser necessário uma correta utilização do implemento e das operações a serem realizadas posteriormente. “Não adianta eliminar a soqueira de manhã e entrar com preparo a tarde, pois o equipamento em si não elimina praga alguma. Elas continuarão ali e se alimentarão dos toletes que forem plantados, causando muitas falhas no novo canavial.”

Comparativo entre modalidades de jato dirigido x corte de soqueiras

O certo, segundo Pardinho, é conduzir o preparo do solo apenas duas semanas após a eliminação da soqueira, a fim de que haja um período propicio para que as pragas alojadas no sistema radicular da antiga soqueira fiquem expostas no solo, a mercê da ação do sol e de predadores, principalmente carcarás, que agirão como métodos naturais de controle. Lembrando que a operação é eficiente apenas na eliminação das formas jovens: ovos, larvas e pupas.

Já as áreas com uma porcentagem de tocos atacados inferior a 30% não precisam, necessariamente, ir para reforma, mas devem receber um tratamento de soqueira em área total. O ideal neste momento é aplicar o inseticida na modalidade de corte de soqueira.

Esta é uma técnica amplamente defendida no setor. Estudiosos afirmam que a aplicação em jato dirigido (superficial) possui certas vantagens em relação ao corte de soqueira, como ganho logístico e menores custos, porém, sua eficiência de controle é baixa, pois o que torna o corte de soqueira a melhor alternativa é o fato de ser colocado próximo a praga. Existe ainda a questão sustentável, pela menor quantidade de água utilizada na aplicação, que varia de 100 a 150 litros por hectare.

Auro Pardinho alerta: “Não adianta eliminar a soqueira de manhã e entrar com preparo a tarde. O correto é esperar duas semanas”

Foto: Arquivo CanaOnline

O cortador de soqueiras desenvolvido pela DMB Máquinas e Implementos Agrícolas aplica o inseticida dentro das linhas das soqueiras da cana, visando o controle de Sphenophorus levis e de outras pragas de solo, como Migdolus e broca-peluda.

Queda drástica da qualidade da matéria prima é um dos efeitos causados pelo ataque do Sphenophorus

Foto: Divulgação Global Cana

É possível, ainda, acoplar um kit desenleirador ao implemento, que irá retirar a palha da linha da cana, depositando-a nas entrelinhas, o que promove vários benefícios agronômicos, como brotação mais rápida e controle da cigarrinha. “É um equipamento bastante versátil, pois combate, de uma só vez, duas das principais pragas que atacam a cana-de-açúcar. Além disso, atende desde o pequeno até o grande produtor, já que não requer um trator de grande potência para tracioná-lo.

Mas a versatilidade do implemento não para por aí. O cliente pode optar, ainda, por instalar um bico 70/30 ao kit desenleirador que, quando ligado, irá aplicar 30% do inseticida diretamente em cima da linha da cana, atingindo assim alguns adultos de cigarrinha ou de Sphenophorus presentes na área. “Caso não haja necessidade, basta desligar o registro e 100% do produto será aplicado cortando a soqueira”, explica Auro Pardinho.

Fonte: CanaOnline