Com impulso do milho, Centro-Sul encerra safra com novo recorde histórico na produção de etanol
16-04-2025
Usinas produziram 34,96 bilhões de litros, 4,06% a mais na comparação com o ciclo 2023/2024, quando o setor já havia batido recorde. Mesmo com incêndios do ano passado, safra terminou com segunda maior moagem da história.
Por Rodolfo Tiengo, g1 Ribeirão Preto e Franca
Com uma menor moagem de cana-de-açúcar, mas um impulso da crescente produção a partir do milho, o Centro-Sul do país fechou a safra 2024/2025 com o maior volume de etanol da história, segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Ao todo, as usinas que representam cerca de 90% do setor em território nacional encerraram o período entre abril do ano passado e março deste ano com 34,96 bilhões de litros, o que representa 4,06% a mais com relação ao ciclo 2023/2024, até então o maior já registrado.
Deste total, 26,8 bilhões de litros foram obtidos a partir da cana-de-açúcar, com uma baixa de 1,8% em relação à safra anterior, enquanto 8,1 bilhões foram a partir do milho, o maior volume nos últimos dez anos e 30% maior do que o do ano passado fornecido principalmente pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
De tudo o que foi produzido, 64% foi levado ao mercado na forma hidratada, ou seja, no combustível concorrente da gasolina, com 22,5 bilhões de litros. Os demais 36% ficaram com o etanol anidro, em um volume total de 12,3 bilhões de litros misturados à gasolina.
O mercado interno segue como o principal destino do etanol brasileiro, respondendo por 95% das vendas, impulsionadas principalmente pela elevação de 22% no consumo do etanol hidratado nos últimos 12 meses, de acordo com a Unica.
2ª maior moagem da história
A retração no volume de etanol a partir da cana teve como um dos fatores a menor moagem de matéria-prima, diante de problemas climáticos e, sobretudo, por incêndios que devastaram ao menos 450 mil hectares no segundo semestre do ano passado.
Ainda que com uma baixa de 5% na moagem, o volume processado, de 621,8 milhões de toneladas, é o segundo maior da história do setor sucroenergético, perdendo apenas para o ciclo anterior, quando as usinas processaram 654,4 milhões de toneladas.
Para a nova safra, que começou este mês, a previsão é de uma nova baixa, com uma projeção total de 612 milhões de toneladas, apesar do bom índice de chuvas nos últimos meses.
Açúcar: menor rendimento
Por outro lado, a produção de açúcar, para a qual 48% da cana foi destinada, terminou a safra com uma baixa de 5%, com 40,17 milhões de toneladas, cerca de 2 milhões a menos do que na safra 2023/2024.
Segundo a Unica, isso aconteceu por conta de fatores como a falta de chuvas que levou ao estresse hídrico nos meses de desenvolvimento da planta, levando a uma queda na produtividade e também a um menor rendimento, que foi de 64,59 quilos de açúcar por tonelada de matéria-prima.
Diferente do etanol, destinado predominantemente para o Brasil, 87% do açúcar foi exportado, tendo como principais países:
- China
- Indonésia
- Índia
- Argélia
- Arábia Saudita
Fonte: G1

