Com meta de atingir o Net Zero até 2035, Uisa conquista Selo Ouro do GHG Protocol pelo segundo ano consecutivo
08-08-2025

Biorrefinaria reduziu em 25,67% as emissões totais de gases de efeito estufa em comparação com o ciclo anterior
Pelo segundo ano consecutivo, a Uisa, uma das maiores biorrefinarias do Brasil, conquistou o Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol, concedido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A certificação reconhece a transparência, veracidade e conformidade das informações reportadas no inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), referente ao ano de 2024. O resultado reforça o compromisso da Companhia em avançar rumo à meta de Net Zero até 2035, consolidando sua atuação na transição para uma economia de baixo carbono.
“A Uisa aderiu voluntariamente ao Programa Carbono Neutro (SEMA-MT), assumindo o compromisso de neutralizar as emissões até 2035. Conquistar o Selo Ouro pelo segundo ano comprova que estamos avançando com responsabilidade e transparência. Essa certificação reconhece a seriedade com que tratamos as mudanças climáticas e reforça nosso compromisso com práticas regenerativas na agricultura, economia circular, transição energética e uma cadeia de valor cada vez mais sustentável e de baixo carbono em todas as nossas operações”, afirma o gerente de Sustentabilidade da Uisa, Caetano Henrique Grossi.
De acordo com o inventário de 2024, auditado por uma certificadora independente, a Uisa reduziu em 25,67% as emissões totais de gás carbônico equivalente (CO₂e) em comparação com 2023. As emissões das operações diretas (Escopo 1) totalizaram cerca de 102.460 tCO₂e, representando uma redução de 27,53% em relação ao ciclo anterior. O resultado é reflexo do maior uso de insumos biológicos e orgânicos, redução do consumo de calcário, rotação de culturas, menor consumo de diesel e otimização das operações de transporte. As emissões biogênicas do Escopo 1 caíram 43%, impulsionadas pela redução na queima de bagaço nas caldeiras. Todo o consumo elétrico das operações da Companhia foi compensado por geração própria de energia renovável a partir do bagaço de cana (Escopo 2 – energia adquirida). Autossuficiente, a unidade consumiu 6.615,76 MWh e gerou 54.109,60 MWh em 2024, com energia certificada pelo I-REC.
Nas emissões indiretas da cadeia de valor, sobre as quais a biorrefinaria não tem controle direto (Escopo 3), houve redução de 7,38%, impulsionada principalmente pelo uso de veículos movidos a etanol. Ao comparar os ciclos de 2023 e 2024, observa-se uma expressiva redução no consumo de diesel, fruto da otimização logística e da eletrificação de equipamentos, fatores que contribuíram diretamente para a queda das emissões totais. Dentre as práticas que contribuíram para a remoção de CO₂, destaca-se também a revitalização e preservação de mais de 31 mil hectares de vegetação nativa nos biomas Cerrado e Amazônia.
Segundo Caetano Grossi, ao identificar e mensurar suas fontes emissoras, a Companhia consegue mapear os principais focos de emissão e traçar estratégias de mitigação alinhadas à agenda global de combate às mudanças climáticas. Entre as iniciativas em curso estão a transição energética da frota agrícola para biometano até 2028 e a construção da planta Uisa Geo Biogás, que já concluiu as etapas de terraplenagem, drenagem e fundação. A nova unidade terá capacidade para gerar 5 MW de energia elétrica por geração distribuída e aproximadamente 11 milhões de Nm³ (metros cúbicos normais) de biometano por ano. A planta será dedicada à produção de biogás, biometano e biofertilizantes a partir do reaproveitamento de resíduos agrícolas e industriais como vinhaça, torta de filtro e palha, transformando-os em energia limpa.
A Uisa também vem investindo em tecnologias inovadoras, como o projeto de Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS, na sigla em inglês), tecnologia que permite capturar e armazenar no subsolo o CO₂ biogênico emitido na produção de etanol, tornando a pegada de carbono negativa. O projeto está atualmente em fase de estudos técnicos. Quando em operação, a unidade terá capacidade para remover até 600 mil toneladas de CO₂ da atmosfera por ano, posicionando a biorrefinaria como uma das pioneiras na produção de etanol com emissões negativas no Brasil. Entre os avanços, a Uisa, em parceria com a Agrorobótica, utiliza uma plataforma de Inteligência Artificial capaz de quantificar e monetizar o carbono estocado no solo das lavouras de cana-de-açúcar. A tecnologia utiliza o método LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy), o mesmo empregado pela NASA na análise do solo de Marte. Além de medir carbono e nutrientes presentes no solo, a solução também gera recomendações agronômicas digitais para o uso de corretivos, fertilizantes, plantas de cobertura e manejo do solo.
Além de gerar Créditos de Descarbonização (CBios) no âmbito do RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis), a Uisa também emite créditos a partir de outros sistemas reconhecidos internacionalmente, como o I-REC (sistema global de certificação de energia elétrica renovável) e o Low Carbon Fuel Standard (LCFS-CARB), voltado à produção de biocombustíveis com baixa emissão de carbono. A sustentabilidade também se reflete na relação com os fornecedores de cana-de-açúcar. Por meio do programa Nossa Cana, a Companhia mantém uma agenda para garantir o cumprimento de requisitos socioambientais, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento sustentável em toda a sua cadeia de valor.
O inventário completo da Uisa está disponível no Registro Público de Emissões da FGV, a maior plataforma de GEE da América Latina. Acesse aqui!
Sobre o Programa Brasileiro GHG Protocol
Referência mundial, o Programa Brasileiro GHG Protocol é uma iniciativa do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGVces), voltada à adaptação da metodologia internacional GHG Protocol à realidade brasileira. A iniciativa disponibiliza ferramentas para o cálculo de emissões de gases de efeito estufa (GEE) em âmbito corporativo, com o objetivo de incentivar a elaboração de inventários e a adoção de práticas mais transparentes e responsáveis. A participação no programa é voluntária, e os inventários são publicados no Registro Público de Emissões, seguindo padrões de qualidade reconhecidos internacionalmente.
Fonte: Uisa