Comunicação e identidade do setor sucroenergético em debate na 24ª Feira Internacional do Livro
Na mesa “Raízes que Escrevem o Futuro – Agro, Cultura e Conhecimento”, realizada nesta sexta-feira (22), na Biblioteca Sinhá Junqueira durante a 24ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto, a jornalista Luciana Paiva, editora da CanaOnline e moderadora do encontro, destacou a necessidade de fortalecer a comunicação entre o setor sucroenergético e a sociedade. Ela afirmou que, assim como a “gema da cana” garante a brotação e a renovação do canavial, as mulheres do setor — ainda minoria, com cerca de 20% de participação — são fundamentais para a continuidade e transformação da cadeia produtiva.
Luciana resgatou sua trajetória pessoal e profissional para ilustrar a relevância da comunicação e relembrou como só compreendeu a importância da cana-de-açúcar ao atuar como jornalista especializada a partir de 1994. A experiência resultou na criação, em 1997, do livro O Mundo do Caninha, primeiro trabalho pedagógico do setor, seguido de revistas em quadrinhos distribuídas em escolas e comunidades. Segundo ela, mais de 60 mil exemplares foram levados a crianças e estudantes, aproximando o universo da bioenergia do cotidiano escolar e cultural. Citou também outros livros lançados por ela, que contam a história do setor como “Cana de tudo - Do açúcar ao infinito” e “Mulheres da Cana-de-Açúcar”.
A editora defendeu ainda a retomada desse trabalho de comunicação a partir de 2026, com projetos educativos que abordem inclusive temas sensíveis, como queimadas e sustentabilidade, além da divulgação de programas como o RenovaBio. “A população não conhece a fundo o que é feito nas usinas, e precisamos levar essa informação de forma clara e didática. É hora de criar espaços de interação entre cidade e campo, mostrando que o setor produz não apenas energia e açúcar, mas também cultura, arte e oportunidades sociais”, concluiu.