Conferência DATAGRO: Abertura destaca como avanço tecnológico do setor da cana contribui para geração de novos produtos energéticos
26-10-2022

Com a presença de autoridades, dirigentes, empresários, executivos, produtores, entre outros representantes do setor sucroenergético, a solenidade de abertura da 22ª Conferência Internacional DATAGRO sobre açúcar e etanol, nesta segunda-feira (24/10), em São Paulo, destacou a constante evolução tecnológica do segmento da cana, que vem resultando na geração de novos produtos, sobretudo de caráter energético.

Em sua exposição inicial, o presidente da DATAGRO, Plinio Nastari, enfatizou que no portfólio do setor sucroenergético somam-se agora ao açúcar, ao etanol e à bioenergia, novidades, entre as quais, o biogás/biometano, o carvão mineral advindo do bagaço da cana, a possibilidade do hidrogênio verde a partir do etanol etc..."Precisamos cada vez mais reconhecer as folhas da cana e do milho como painéis, que transformam energia solar em alimento, energia, entre outras aplicações", ressaltou Nastari, acrescentando, ainda, que além da descarbonização da matriz rodoviária, os biocombustíveis avançam também no transporte aéreo e marítimo.

Durante a abertura, o presidente da SIAMIG e do Fórum Nacional Sucroenergético, Mário Campos, enfatizou sobre o papel do setor na interlocução com o governo neste momento tão decisivo para o nosso país. Além de ressaltar que o Congresso Nacional continuará reformista para discutir os temas que importam para o desenvolvimento do Brasil.

Em participação por vídeo, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, pontuou que o produto mais sustentável do agronegócio brasileiro é a bioenergia, classificando os Créditos de Descarbonização (CBios), peça-chave do Renovabio (Política Nacional de Biocombustíveis), como o ativo descarbonizante pioneiro no Brasil. Montes disse que as discussões relativas à modernização do RenovaBio contam com o apoio do Mapa. O ministro finalizou reiterando a mensagem que o agro brasileiro produz com sustentabilidade.

Ademais, o deputado federal Arnaldo Jardim, presidente da Frente Parlamentar de Valorização do Setor Sucroenergético, elencou pautas legislativas prioritárias para o setor, em particular as propostas de licenciamento ambiental, modernização da lei dos defensivos agrícolas e dispositivos fiscais que possam estimular os biocombustíveis ante fontes fósseis.

A cerimônia de abertura da 22a. Conferência Internacional DATAGRO sobre açúcar e etanol contou ainda com as presenças do Secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Francisco Matturro; do deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar da Agricultura do Estado de São Paulo, Itamar Borges; do deputado federal Zé Vitor; e dos dirigentes Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica); Gustavo Rattes, presidente da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana); Pedro Robério de Melo Nogueira, presidente do SINDAÇÚCAR-AL e Tereza Vendramini, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB).

Já na parte da tarde Mário Campos participou, como moderador, do painel “Atualizações na regulação do Renovabio: metas de longo prazo e mercado de Cbios”, com os palestrantes Evandro Gussi, presidente da UNICA, Daniel Maia Vieira, Diretor da ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, e Guilherme Nolasco, Presidente da UNEM - União Nacional de Etanol de Milho.

Durante o painel, os representantes do setor de etanol criticaram o adiamento do cumprimento das metas compulsórias anuais de comercialização dos Créditos de Descarbonização (CBios) na cadeia de biocombustíveis.

A medida, tomada no âmbito do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME), desobrigou as distribuidoras de combustíveis a trabalhar com o prazo de 31 de dezembro deste ano para o cumprimento das metas de aquisição dos CBios.

Evandro Gussi e Guilherme Nolasco, afirmaram que a alteração gera insegurança jurídica e mina a previsibilidade do RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis). De acordo com Gussi, o decreto do executivo que prorroga o prazo é ilegal, porque, segundo parâmetros jurídicos da própria lei do RenovaBio, desconsidera que o período de um ano corresponde a 12 meses.

Na avaliação de Nolasco, é um equívoco mexer em um programa estruturado como é o RenovaBio, tendo como objetivo o controle de preços dos combustíveis. "Uma decisão desta desencoraja investimentos. Precisamos preservar o RenovaBio, que é o grande programa de descarbonização do Brasil."

Fonte: Uagro e Gerência de Comunicação SIAMIG