Controle da cigarrinha do milho exige investimentos e maior atenção devido ao clima deste ano
10-04-2024

Produtor precisa entender como funciona o ciclo da cigarrinha e o comportamento dela para tomar as decisões adequadas — Foto: IDR-PR / Divulgação
Produtor precisa entender como funciona o ciclo da cigarrinha e o comportamento dela para tomar as decisões adequadas — Foto: IDR-PR / Divulgação

Manejo e prevenção são diferenciais para enfrentar a praga

Por Marcos Giesteira — Rio Verde (GO)

As doenças provocadas pela cigarrinha do milho (Dalbulus maidis), que atingem com mais frequência a segunda safra do cereal, podem comprometer a produtividade e trazer prejuízos aos produtores. Para combater o inseto e minimizar perdas, o manejo adequado e a prevenção são as melhores formas de proteger a lavoura.

A produtora rural Renata Cristina Alvares revela que já está acostumada com a indesejável presença do inseto anualmente nos 450 hectares que cultiva com milho safrinha, em Rio Verde (GO). Os gastos com aplicações de inseticidas e compra de sementes híbridas mais tolerantes às doenças provocadas pela cigarrinha já fazem parte da planilha de custos da fazenda.

“Sempre acontece, mas este ano foi o que tivemos mais problemas. Fugiu do controle. O milho pequeninho já estava com cigarrinha. Acredito que o clima quente e seco foi o fator predominante para a alta infestação que tivemos”.

Bruno Gomes de Oliveira conta que, em 2018, perdeu totalmente uma área de 25 hectares, dos 100 que cultiva com o cereal, em Campos Novos Paulista (SP), devido ao ataque do inseto. No restante da lavoura, a quebra foi de 50% e a produtividade média total ficou em 50 sacas/ha. Desde então, o manejo adequado passou a ser priorizado.

“Chegamos a fazer 10 aplicações de inseticidas naquela época. Hoje, buscamos a eliminação total do milho tiguera, não fazemos mais aragem e passamos vários herbicidas, além de escolher materiais com genética que aguentam mais a cigarrinha”.

Ele afirma que o inseto está provocando uma mudança no cenário da sua região. Como a cigarrinha se adaptou bem ao clima tropical e tornou-se uma ameaça constante, muitos agricultores optaram por substituir o milho pelo sorgo, uma cultura “rústica” e que não é susceptível à praga.

 Fonte: Globo Rural