CTC tem mais de 50 anos de pioneirismo na pesquisa canavieira
06-11-2024
Dotados do gene Bt (Bacillus thuringiensis), os materiais transgênicos do CTC possuem como característica principal a resistência à Broca-da-cana
Em junho de 2017, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) fez história ao anunciar a primeira variedade de cana geneticamente modificada do mundo, estabelecendo um marco para a cultura, que abraça a biotecnologia com um atraso de quase duas décadas em relação a outros cultivos de elevada importância, como soja, milho e algodão.
Dotados do gene Bt (Bacillus thuringiensis), os materiais transgênicos do CTC possuem como característica principal a resistência à Broca-da-cana, praga que provoca prejuízos estimados em R$ 5 bilhões por safra e que está presente em praticamente 100% das regiões produtoras.
Atualmente, o CTC conta com quatro variedades BT em seu portfólio: CTC9001BT, CTC9003BT, CTC20BT e CTC7515BT. E como a inovação faz parte da sua genética, a empresa deve lançar novos materiais geneticamente modificados num futuro próximo, além da primeira tecnologia de sementes de cana-de-açúcar, que trará consigo o poder de revolucionar o plantio da cultura.
Outro pioneirismo do CTC é ter uma mulher como Gerente de Melhoramento Genético de Cana, Luciana Castellani, engenheira agrônoma, PhD em Melhoramento Genético de Plantas e que entrou no CTC em 2013. Durante a live, Luciana salientou que o CTC agrega alta tecnologia para o desenvolvimento de suas variedades. Explicou que tudo começa pela hibridação, com ferramentas que permitem melhor assertividade durante o processo de seleção. “Contamos com um banco de dados que nos permite fazer uma projeção de quais seriam os melhores grupos de genitores para cada um dos nossos sete programas de melhoramento.”
Destacou as tecnologias de imagem, que permitem acompanhar uma espécie de ‘filme’ do perfil de desenvolvimento de cada variedade; e de seleção genômica, que auxilia no mapeamento dessas informações a fim de conectar as fenotipagens e agregar ainda mais eficiência na seleção de clones promissores. “Com tanta tecnologia aplicada, precisamos encontrar uma forma de protegê-la. É aí que entra a transgenia, que blinda essa genética e protege as variedades do ataque de pragas e doenças.”
No entanto, Luciana ressaltou que de nada adianta tantas tecnologias se o setor seguir utilizando variedades do século passado. “Esse gap tecnológico desponta como um dos principais motivos da estagnação da produtividade da cana-de-açúcar. Há grande evolução dos programas de melhoramento, mas a adoção ainda é muito lenta. O que vai impulsionar o ganho genético é a rapidez com que ele é adotado.”

