Das canas crioulas à cana transgênica
19-12-2024

A importância do melhoramento genético e a biotecnologia no desenvolvimento de variedades de cana com alto potencial produtivo e geradoras de diversos produtos

Quem nasceu antes: a semente ou o tolete de cana? A impressão que se tem no mundo canavieiro é que o canavial começa pelo plantio dos toletes e com a brotação das preciosas gemas. Inclusive, foi assim que surgiram os primeiros canaviais no Brasil no início do século XVI, os portugueses trouxeram toletes de cana no porão das caravelas para disseminar a lavoura canavieira no solo da nova colônia.

Mas, na verdade, tudo começa pela flor da cana e suas sementes. No canavial comercial, a flor de cana não é bem-vinda, pois prejudica o armazenamento de sacarose, e, consequentemente, o rendimento da cultura.

Já para a continuidade da cultura e sua evolução, a flor da cana é fundamental, por meio dela ocorre a hibridação, ou seja, o cruzamento entre dois indivíduos geneticamente distintos com o objetivo de reunir, nos híbridos, as características favoráveis que existem separadamente nos parentais.

A manutenção de um programa de melhoramento da cana-de-açúcar se estabelece a partir da realização contínua de hibridações. E a cana é enjoada, para obtenção de uma florada com qualidade ideal para a hibridação, é necessário que haja condições geodésicas e climáticas que atendam a fisiologia da planta, garantindo o processo de indução, florescimento e viabilidade das estruturas florais.

No Brasil, essas condições se encontram no litoral do Nordeste. É por isso que as estações de hibridações da cana-de-açúcar em atividade atualmente no Brasil ali se concentraram.

Na Serra do Ouro, no município de Murici, em Alagoas, está a estação da Ridesa – Rede Interuniversitária de Desenvolvimento do Setor Sucroenergético – berço das variedades RB. Também em Alagoas, em Barra de São Miguel, na zona da mata sul, localiza-se a estação de hibridação da Nuseed.

No Sul do estado da Bahia, estão: a estação de hibridação do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) em Camamu, e a estação do Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC) que fica em Uruçuca.

Da hibridação até o lançamento de uma nova variedade de cana-de-açúcar levam cerca de 12 anos. Ao todo, ocorrem sete etapas até que uma nova variedade de cana possa ser disponibilizada ao setor. O objetivo é obter materiais mais produtivos, que acumulem altos teores de sacarose, adaptados à mecanização e que sejam tolerantes às doenças e pragas importantes para a canavicultura. Nos últimos anos, o melhoramento genético de cana-de-açúcar ganhou o reforço da biotecnologia e o Brasil foi o primeiro país do mundo a lançar variedades de cana transgênica.

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CANA DE TUDO: DO AÇÚCAR AO INFINITO : https://canaonline.com.br/conteudo/cana-de-tudo-do-acucar-ao-infinito.html