Demanda de etanol responde à paridade
17-12-2025
Confira artigo de João Chierighini
Foram divulgados no dia 15 de dezembro, os números de safra de cana e produção de etanol e açúcar do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, referentes à quinzena 01/12/25.
Produção Centro-Sul - A moagem acumulada na posição 01/12/25 no CS de 591.580 mil tons de cana representa queda de -2,0% e a qualidade está em 139,29 Kg atr/tc (-2,2%), que levam a queda de oferta em -4,2% no ATR total da região. Com MIX Sugar em 50,8%, +2,7pp% superior ao da mesma posição no ano passado, a oferta de etanol da região ficou 5,3% inferior à mesma posição no ano passado, 1,67 milhões de m3 a menos, já incluído o etanol de milho.

A oferta de etanol de milho no CS está +14,5% superior que na mesma posição do ano passado, registrando 6.015mil m3, e essa crescente oferta não está sendo suficiente para compensar a produção de etanol de cana.
Produção Nordeste - Já a moagem acumulada no NNE de 32.477 mil tons de cana representa queda de 9,4%, com qualidade de 125,40 Kg atr/tc(-7,1%), levam a queda de oferta em -15,8% no ATR total da região. O MIX Sugar está em 42,7%, -4,6pp% inferior ao da mesma posição no ano passado. A oferta de etanol total está +18,5% superior à mesma posição no ano passado, em 1.772 mil m3, devido à produção de etanol de milho que acumula 404 mil m3 na região, contra nenhuma produção na mesma posição do ano passado.
Demanda de etanol hidratado em queda A demanda de etanol vem respondendo progressivamente à elevação da paridade de preços ao consumidor. De 1º de outubro de 2025 para 12/12/25, a gasolina no estado de São Paulo, principal centro consumidor, registrou queda de R$ 0,03/Litro enquanto o etanol hidratado subiu R$ 0,10/Litro, elevando a paridade de 67,6% para 69,6%.

A combinação de produção já em patamar conhecido de limitação pela cana e incremento pelo milho, e a demanda se ajustando lentamente, com perspectiva de aprofundar a queda nas próximas semanas, resulta em uma curva de estoques que se aproxima de uma tendência de normalidade, diminuindo o risco de uma movimentação mais aguda de preços e dificuldades de logística de abastecimento no final da entressafra da cana, em abril/26.

João Chierighini é consultor de Inteligência de Mercado, Logística, Commodities, Combustíveis, Biocombustíveis e CBIOs

