Drones com soluções customizadas para o setor sucroenergético fazem a diferença nos canaviais
22-11-2019
No agronegócio brasileiro, segmento sucroenergético é o responsável pelo maior market share do mercado de drone, ferramenta que reduz perdas e eleva a produtividade da cultura
Texto: Leonardo Ruiz
Fotos: Divulgação XMobots
Popularizados no início da década, os drones e VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) encontraram seu espaço na agricultura moderna. Um dos primeiros segmentos a de fato apostar na tecnologia, o agronegócio responde hoje por cerca de 26% do mercado global, que pode chegar a U$ 127 bilhões até o final do ano. Perdemos apenas para o setor de infraestrutura, que abocanha uma fatia de 41% desse mercado.
Internamente, o mercado de drones cresce a cada ano, já movimentando um montante de R$ 500 milhões. Segundo dados compilados pelo MundoGEO, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) registrou um crescimento de 100% na quantidade de solicitações de registros de drones para uso profissional em 2018. Já o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) relatou um aumento no número de solicitações de operações com drones, passando de 13 mil em 2017 para 80 mil em 2018.
A gerente comercial da XMobots, Thatiana Miloso Franceschi, ressalta que a agricultura brasileira já faz uso em larga escala da tecnologia de drones e VANTs, considerando-a como um insumo da cadeia produtiva. “Aumento da produtividade, redução de perdas, otimização das atividades e assertividade na coleta dos dados são alguns dos benefícios que, ano a ano, são comprovados pelos usuários da tecnologia.”
Quando perguntada sobre os entraves do segmento, a profissional é enfática: barreira de entrada. “Anualmente, aumentam o número de eventos, fóruns, cursos e outros pontos focais de disseminação e compartilhamento desses conhecimentos. Mas, na minha opinião, o maior obstáculo ainda é a barreira de entrada. Estamos falando de uma tecnologia relativamente nova e disruptiva. E, embora o ambiente do agronegócio esteja cada vez mais aberto às novas tecnologias, essa abertura muitas vezes é lenta.”
Setor sucroenergético: na vanguarda da tecnologia de drones
No agronegócio brasileiro, o segmento sucroenergético é o responsável pelo maior market share do mercado de drones. Quando avaliado como um todo, incluindo empresas de prestação de serviços e fornecedores, é possível observar que quase a totalidade do setor é impactada de alguma maneira pela tecnologia. Alguns grupos, inclusive, já incluíram o mapeamento com drones e atividades correlatas (como restituição de linhas e identificação de falhas de plantio) na medição de KPIs.
Além da topografia convencional, os drones são usados principalmente para a restituição das linhas de plantio e identificação de falhas e plantas daninhas. Thatiana Miloso Franceschi afirma que a XMobots é a única empresa desenvolvedora e fabricante de drones com soluções customizadas para o setor sucroenergético. Atualmente, possui de pequenas a grandes frotas nas principais usinas do país.
Arator 5B mapeia cerca de 500 ha/voo com GSD de 5cm. É o modelo mais vendido para o setor sucroenergético nacional. XMbots possui ainda mais dois produtos: Echar 20D e Nauru 500C
Entre as soluções ofertadas ao mercado, destacam-se o planejamento de voo otimizado para a cobertura dos talhões de cana (o software XPlanner permite mapear vários talhões em um único voo, entre outras funcionalidades); a câmera multiespectral 1MC calibrada especialmente para a cultura da cana, permitindo maior assertividade nas invasoras típicas da cultura; o software de pós-processamento XFarming, o mais automatizado do mercado para restituição de linhas, identificação de falhas e cálculo de pisoteio, além de ser o único software com restituição automática baseada nas linhas do projeto; e o XMRO, que permite o acompanhamento online da frota (supervisores conseguem ver em tempo real as áreas que o drone está mapeando).
No entanto, a gerente comercial reforça que, embora muitos grupos deem escala ao uso da tecnologia, existe grandes nomes do setor que ainda utilizam drones multirrotores para o mapeamento de suas áreas. De acordo com ela, esses equipamentos não foram desenvolvidos para o uso profissional na agricultura, sendo que fatores como produtividade, acurácia posicional e custo de equipe ficam muito aquém quando comparados com equipamentos desenvolvidos especificamente para utilização profissional.
Thatiana Miloso Franceschi: “Alguns grupos canavieiros já incluíram o mapeamento com drones e atividades correlatas na medição de KPIs” 
Thatiana acredita que uma das áreas que devem despontar no futuro é a pulverização aérea. Mas, para isso, as tecnologias de aplicação de defensivos devem ser eficientes. Atualmente, os drones usados para esta finalidade possuem alguns pontos negativos que têm tornado seu uso inviável. “Por este motivo, a tecnologia de pulverização com drones ainda não caiu nas graças do mercado brasileiro. Em breve, a XMobots apresentará um produto que irá sanar essas fraquezas. Nossa expectativa é muita alta em relação a isso.”

