Drones impulsionam gestão hídrica e sustentabilidade no campo
13-11-2025
Tecnologias de precisão ajudam produtores a economizar água, reduzir defensivos e preservar recursos naturais
A revolução tecnológica no agronegócio brasileiro vem ganhando altitude — literalmente. O uso de drones agrícolas tem se expandido rapidamente e transformado a forma como produtores lidam com os desafios da gestão hídrica e da sustentabilidade. Mais do que instrumentos de pulverização, as aeronaves não tripuladas se tornaram aliadas estratégicas na economia de água, no uso racional de defensivos e na preservação do solo, pilares de uma agricultura moderna e de baixo impacto ambiental.
Estudos da Embrapa indicam que práticas de agricultura de precisão, como a pulverização aérea com drones, podem reduzir em até 15% o impacto ambiental associado ao uso de insumos, fertilizantes e defensivos. Essa eficiência vem da capacidade de calibrar o tamanho das gotas e a concentração da calda, garantindo que o produto atinja o alvo com precisão, sem desperdício e sem deriva.
Na prática, o impacto é direto sobre a gestão da água, um dos recursos mais sensíveis do campo. Pulverizações convencionais chegam a consumir centenas de litros por hectare, enquanto os drones operam com 10 a 20 litros de calda por hectare — ou ainda menos em aplicações de Ultrabaixo Volume (UBV).
“Quando falamos em drones, falamos em sustentabilidade na prática. Hoje já é possível trabalhar com taxas de 5 a 8 litros por hectare em operações com aeronaves remotamente pilotadas, mantendo a mesma eficiência. É fazer mais com menos: menos água, menos insumo e menos impacto no solo”, afirma Victor Gomes Silva, engenheiro agrônomo da Fotus Agro.
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), mais de 40% do território agrícola brasileiro enfrenta cenários críticos de estiagem — o que reforça o papel das tecnologias que ajudam a economizar e otimizar o uso da água.
Outro benefício relevante é a eliminação do tráfego de máquinas pesadas dentro das lavouras, o que reduz a compactação do solo e melhora a infiltração e retenção da água nas camadas profundas. Essa preservação da estrutura do solo é essencial para culturas como café, citrus e cana-de-açúcar, em que a saúde radicular influencia diretamente a produtividade e a longevidade das plantas.
Os drones também permitem aplicações em estágios avançados da lavoura, quando tratores ou aviões não conseguem operar sem causar danos físicos às plantas. Essa flexibilidade é decisiva para o controle de pragas e doenças em períodos de estiagem ou alta umidade, quando o tempo de resposta é determinante para evitar perdas.
Equipados com sensores e sistemas de navegação RTK, os drones utilizados em operações da EAvision alcançam margens de erro inferiores a 10 centímetros, assegurando cobertura uniforme e evitando sobreposição de produtos. O resultado é menor consumo de defensivos, redução do risco de contaminação do solo e da água e maior equilíbrio ecológico no ambiente agrícola.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o uso racional de água e insumos é uma das práticas mais efetivas para mitigar emissões de gases de efeito estufa e adaptar a agricultura a eventos climáticos extremos.
“O Brasil tem diversidade de culturas, extensão territorial e produtores abertos à inovação. O que a Fotus faz é conectar essa vocação à tecnologia, ajudando o agricultor a produzir com eficiência e respeito ao meio ambiente”, explica Rodolfo Stanke, Head da Fotus Agro.
Stanke destaca que o avanço tecnológico precisa vir acompanhado de capacitação técnica. “Não basta entregar o drone. É preciso garantir que o operador saiba usar cada recurso em favor da sustentabilidade. Por isso, investimos fortemente em treinamento e acompanhamento técnico pós-venda”, ressalta.

