É preciso ter conectividade no campo
14-11-2019

É preciso ter conectividade no campo para as tecnologias interagirem
É preciso ter conectividade no campo para as tecnologias interagirem

Empresas investem para aumentar a conectividade no campo, possibilitando que as máquinas “falem entre elas”

A tecnologia embarcada em máquinas e equipamentos no campo tem evoluído muito nos últimos anos, mas é subaproveitada por falta de conectividade. A iniciativa privada e o governo federal têm desenvolvido ações para sanar, ou pelo menos minorar este problema.

Segundo a Associação Brasileira da Internet das Coisas (Abinc), o investimento em internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) no meio rural deve chegar a R$ 100 milhões na safra de 2018/2019. Internet das Coisas é o nome dado à rede de objetos que se comunicam e interagem de forma autônoma, via internet.

Durante a 26ª Agrishow, maior feira do setor agropecuário da América Latina, ocorrida em Ribeirão Preto, de 29 de abril a 3 de maio de 2019, as empresas AGCO (Massey e Valtra), Bayer (Climate), CNH Industrial (Case IH e New Holland), Jacto, Nokia, Solinftec, TIM e Trimble apresentaram o ConectarAgro, que tem ainda como diferencial o fato de levar para o campo uma solução aberta 4G de 700 MHz, tecnologia que permite maior alcance com investimentos menores e já disponível nos centros urbanos.

A comercialização e operação estão a cargo da TIM. No lançamento do ConectarAgro, Rafael Márquez, diretor de marketing e mercado corporativo da empresa de telefonia, contou que o modelo de conexão usado está operando com grande sucesso desde abril de 2018 em fazendas dos grupos Jalles Machado, GO, e Adeco Agropecuária, MS, com cobertura de 700 mil hectares. Segundo ele, a solução também é viável para o produtor que já tem algum modelo de conexão instalado em sua propriedade. “Não é necessário trocar tudo. Podemos adaptar o sistema ao que já está implementado.”

 

O Pulse, o hub de inovação criado pela Raízen, já contabiliza 25 startups residentes

Na mesma linha, as empresas Ericsson, Vivo e Raízen, maior grupo sucroenergético do mundo, se uniram, em parceria com a EsalqTec (USP), para incentivar o desenvolvimento de IoT aplicada à agricultura.

Uma rede móvel 4G foi levada ao campo, utilizando a frequência de 450 Mhz, que permite cobertura em distâncias mais longas, para resolver os problemas de conectividade em áreas rurais.

A parceria foi feita por meio do Pulse, hub de inovação criado pela Raízen, que chega ao seu segundo ano de atividade, contabilizando 25 startups residentes, das quais 15 já contam com projetos pilotos sendo testados na própria Raízen. Entre elas, estão seis startups escolhidas que vão desenvolver soluções de IoT em plantações da Raízen, na região de Piracicaba, no interior paulista, que depois serão levadas ao mercado.

Aumentar a conectividade no campo também é de interesse do governo federal. O Ministério da Agricultura e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) lançaram, no último mês de agosto, a Câmara do Agro 4.0. Resultado de um acordo de cooperação técnica entre as duas pastas, a iniciativa visa ampliar a conectividade no campo e estabelecer ações para que o Brasil seja um exportador de soluções de internet das coisas com aplicação no agronegócio.

A Câmara é parte do Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT.BR), lançado em junho. Os trabalhos serão concentrados para levar conectividade às propriedades rurais de todo país. “Além disso, vamos estimular a Internet das Coisas, para ser aplicada dentro das propriedades em diversas modalidades, desde coletando dados para a melhoria do solo até à aplicação de defensivos de uma forma muito precisa”, garantiu o ministro do MCTIC, Marcos Pontes.

 

CONFIRA MATÉRIA COMPLETA NO ESPECIAL CANAONLINE – INOVAÇÕES INCREMENTAM O SETOR –

http://www.canaonline.com.br/conteudo/edicao-62-portal-canaonline-outubro-novembro-2019.html