Em tempo de redução de custo, operações agrícolas com drones e vants ganha espaço nos canaviais
18-06-2020
A tecnologia é utilizada para localizar áreas de matocompetição, emitir mapas de linha de colheita, identificar falhas de plantio, detectar anomalias, mensurar locais atingidos por incêndios, em aplicações localizadas e no controle biológico
Cada vez é mais comum presenciar veículos aéreos não tripulados (VANTs) ou remotamente tripulados (drones) cortando o espaço aéreo das lavouras e esquadrilhando cada centímetro das culturas. Do preparo do solo à colheita, esses equipamentos proporcionam grandes benefícios na gestão das atividades do campo, aprimorando os processos de produção, de controle da qualidade e redução dos custos, num cenário em que as propriedades rurais dispõem cada vez menos de mão de obra.
Seu espectro de uso é bastante amplo. No campo, essas aeronaves podem capturar imagens aéreas para identificar problemas e obter dados precisos de propriedades, fazendas, talhões e áreas circunvizinhas. A ferramenta pode, por exemplo, fazer levantamentos cadastrais do local, como tamanho de estradas, declividades do terreno, delimitação de quadras, áreas de preservação permanente, matas, reservas legais, localização de árvores, curvas de nível e áreas alagadas.
Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), existem cerca de 50 mil equipamentos licenciados para operar no país. Entretanto, a percepção de profissionais do setor é que esse número ultrapasse a casa dos 130 mil. Deste montante, cerca de 40% estaria dedicado ao agronegócio. Estimativas da americana MicaSense, empresa líder no mercado mundial de câmeras e sensores para atividades rurais, afirma que o Brasil, dentro de dois anos, se tornará o terceiro maior mercado mundial de drones na agricultura.
Na cana-de-açúcar, os drones e VANTs podem ser utilizados para identificação e quantificação de plantas invasoras
Foto: Divulgação Tereos
Na cana-de-açúcar, a tecnologia vem ganhando espaço, em decorrência de sua eficiência e menor custo. Já é utilizada para localizar áreas de matocompetição, emitir mapas de linha de colheita, identificar falhas de plantio, detectar anomalias e mensurar locais atingidos por incêndios; para aplicações localizadas de insumos e defensivos ou para a liberação de Trichogramma galloi, uma vespinha parasitoide que atua no controle biológico da broca-da-cana.
Algumas unidades sucroenergéticas utilizam os drones, majoritariamente, para levantamentos de falhas de plantio. Os voos – de 100m a 120m de altura – são planejados previamente nas áreas com idade de plantio entre 90 e 180 dias, coletando imagens em alta definição e, posteriormente, armazenando o resultado no banco de dados da empresa.
Análises apontam que, com o uso dos drones houve uma elevação da eficiência e agilidade no levantamento das informações, pois esta nova metodologia quantifica e localiza as ocorrências com muito mais eficiência, gerando um indicador de qualidade fundamental para avaliação da gestão do plantio.
Os drones são utilizados para levantamento das falhas de plantio
Foto: Divulgação Tereos
Um dos principais benefícios da tecnologia é sua eficiência. Para realizar a amostragem de falhas no método convencional, são necessárias três equipes, cujo rendimento fica em torno de 30 hectares/equipe. Uma pessoa caminha um metro por segundo, enquanto um drone consegue fazer 15 metros no mesmo tempo. Sem contar que, na metodologia manual, há o efeito do sol sobre as pessoas, gastos com EPIs e possibilidade de faltas em decorrência de doenças e problemas pessoais.
Além de maior rendimento quando comparado ao processo manual, há outras vantagens decorrentes da adoção da tecnologia, como a localização precisa dos pontos amostrados. Sem o uso da tecnologia, a informação é muito vaga, pois o colaborador relata que há uma falha no meio do talhão, mas não se sabe exatamente onde. Com o drone, sabe-se qual a linha e em qual altura ela se encontra.
Fonte: CanaOnline

