Energias renováveis responderão por 70% do crescimento da Raízen, diz CEO
17-03-2021

A Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, prevê que 70% de seu crescimento nos próximos anos virá de energias renováveis, como do etanol de segunda geração e do biogás, disse Ricardo Mussa, presidente da companhia, durante apresentação a investidores no Cosan Day, nesta terça-feira.

A companhia pretende ampliar seu negócio de etanol celulósico com a construção de novas plantas em seus parques industriais e com a venda de royalties de sua tecnologia proprietária desenvolvida em sua primeira planta, localizada em Piracicaba (SP). "Hoje estamos discutindo aumentar a produção própria para produzir mais etanol de segunda geração em nossos sites", afirmou.

Ontem, o fundador da Cosan, Rubens Ometto, disse em live do Valor que a Raízen pretendia construir três usinas de etanol celulósico com capacidade adicional de 300 milhões de litros.

O crescimento, porém, deve ocorrer de forma "disciplinada", disse hoje Mussa. O plano da companhia é garantir os contratos de venda de longo prazo do etanol celulósico para avançar na construção de novas plantas. Em um segundo momento, o crescimento ocorrerá com a venda da tecnologia proprietária, disse.

Segundo o executivo, não há problemas de demanda pelo etanol de segunda geração. "No ano passado, quando começamos a produção da safra em abril, vendemos a produção inteira em menos de 11 dias. E hoje está acontecendo a mesma coisa", disse.

A Raízen também pretende ampliar seus investimentos em biogás, depois de ter inaugurado uma unidade de produção no ano passado que fica ao lado da Usina Bonfim, em Guaíra (SP). "É hora de progredirmos e começarmos a converter outras plantas" para produção de biogás, afirmou.

Atualmente, o biogás produzido na Usina Bonfim é utilizado para a geração de energia, mas o principal objetivo da companhia é converter o biogás em biometano para substituir o diesel em sua frota de máquinas agrícolas. "Ao substituir o diesel, você reduz as emissões de carbono", o que deve levar a preços melhores para a venda dos produtos, justificou.

Mussa também ressaltou a ampliação dos negócios de venda de energia no mercado livre por meio da comercializadora WX, que tem aproximado a Raízen dos clientes, facilitando a entrega de sua própria energia gerada em suas operações, como em suas usinas solares.

Fonte: Valor Econômico
Texto extraído do boletim SCA