Entre no ritmo da MPB
26-06-2018

Comprovado: muda pré-brotada reduz ovolume de colmos utilizado no plantio, aumenta a produtividade, a longevidade dos canaviais e engorda o caixa

Luciana Paiva

‘Oceano azul’, é assim que José Antonio Rossato Jr., agrônomo, pesquisador e presidente da Cooperativa Agroindustrial, Coplana, de Guariba, SP, define a tecnologia de muda pré-brotada (MPB). Rossato explica que toda nova técnica a ser implementada traz consigo a oportunidade de produzir mais com menos, e desta forma, produzir alimentos, fibra e energia com sustentabilidade. “Em alguns casos a inovação altera completamente um conceito tradicional. Se diferenciae abre espaço para um novo modelo estratégico, que recebe o nome de ‘oceano azul’.A técnica de MPB surge como o ‘oceano azul’ e tem mudado completamente o sistema de plantio de cana-de-açúcar”, diz.

A muda pré-brotada, lançada em 2012, pelo Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC), oferece ao setor uma nova forma de plantar cana, quebrando o tradicional plantio de pedaços de colmos, conhecidos como toletes, realizado no Brasil desde 1532.Rossato salienta que a MPB está alicerçada no binômio: redução do volume de colmos utilizados para o plantio, o que reduz o custo, e na garantia da sanidade da muda, que evita a disseminação de formas biológicas de insetos-praga. Fatores que têm interferido negativamente nos resultados do setor sucroenergético nas últimas safras.

Em relação ao plantio, salienta Rossato, a mecanização - colheita da cana-muda, mais o plantio com máquina desses toletes - aumentoucercade 100% o consumo de muda, uma vez que a média do setor chega a 20 toneladas de colmos para cada hectare plantado. “Este maior consumo de muda impacta diretamente no volume potencial de cana disponível para a colheita (custo de oportunidade)”, diz, completando que, por meio da utilização de MPB no plantio do canavial, apenas duas toneladas de mudas são consumidas para a produção de MPB suficiente para o plantio de 1 hectare.

No que se refere a qualidade fitossanitária, Rossato observa que os minirrebolos que originam as MPBs recebem tratamento térmico para o controle da bactéria causadora do raquitismo, além de não disseminar formas biológicas de Sphenophoruslevis.“A partir da instalação de um canavial com pureza genética, alta qualidade e menor volume de muda consumido, é dado um importante passo inicial para alcançar elevados níveis de TCH (tonelada de cana por hectare), alta longevidade e maior retorno sobre o investimento. De forma notável, a técnica de MPB se consolida como o oceano azul frente aos desafios do setor sucroenergético”, salienta.

Segundo ele, a decisão de incorporação da tecnologia de MPB está nas mãos dos fornecedores e das agroindústrias. Sua aquisição pode ser feita através das empresas multinacionais, em produtores com polo de produção ou no modelo de produção própria na propriedade rural, processo incentivado pelo IAC que firmou parcerias de qualificação e disseminação de técnicas corretas para a produção de MPBs com aCoplana, com a Socicana – Associação dos Fornecedores de Guariba - e com a Associcana – a Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú.

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