Especialista: Controle de solo sustenta nova fase da cana
11-11-2025

Foto: Pixabay
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Outro ponto crucial é o equilíbrio nutricional

Por Leonardo Gottems

A fase de rebrota da cana-de-açúcar marca o início de um novo ciclo produtivo e define o potencial da lavoura para os próximos cortes. É nesse período que se estabelecem o perfilhamento, a uniformidade e a capacidade de sustentação do canavial. A condução técnica logo após o corte é determinante para o vigor da planta e para a produtividade das safras seguintes.

Na avaliação do engenheiro agrônomo Guilherme Matar Longo, da Fazenda Serraria, a rebrota é uma das etapas mais decisivas do manejo da cana, exigindo atenção ao controle de pragas de solo, à correção química e física do solo e ao uso racional de insumos. Insetos como Sphenophorus levis, Migdolus fryanus e o chamado “pão-de-galinha” (Ataenius sp.) atacam as raízes e comprometem o desenvolvimento inicial, reduzindo a longevidade do canavial. O monitoramento constante e o manejo integrado, aliados à aplicação criteriosa de inseticidas, são medidas essenciais para evitar prejuízos e garantir uma rebrota vigorosa.

Outro ponto crucial é o equilíbrio nutricional. Cada talhão possui suas particularidades, e apenas as análises de solo permitem definir com precisão a adubação necessária. Longo explica que calagem e gessagem corretas favorecem o aprofundamento das raízes e melhoram o aproveitamento dos nutrientes, criando um ambiente radicular mais saudável. Essa base sólida garante que os colmos cresçam com uniformidade e sustentação desde os primeiros estágios.

O manejo químico também requer precisão. Herbicidas bem aplicados evitam fitotoxicidade e reduzem a competição por luz e nutrientes, enquanto fertilizantes foliares podem impulsionar o perfilhamento e o acúmulo de biomassa. “A soma desses cuidados traduz-se em rebrotas mais uniformes, canaviais mais longevos e produtividades sustentáveis ao longo dos cortes. Porque na cana, cada rebrota é uma nova oportunidade de fazer melhor”, conclui.

Fonte: Agrolink