Etanol de cereais encerra ciclo de debates sobre futuro energético na Expointer 2025
08-09-2025
O painel dedicado ao etanol de cereais encerrou neste sábado (6) o ciclo de debates Diálogos Energia e Futuro, promovido pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e pela Casa Civil durante a 48ª edição da Expointer. Realizado ao longo da semana no auditório do Estande do Governo do Rio Grande do Sul, o encontro reuniu especialistas, empresários e lideranças para debater o papel do Estado na construção de uma matriz energética mais limpa e sustentável.
A mesa final contou com a mediação de Domingos Antônio Velho Lopes, vice-presidente da Farsul, e participação de Marjorie Kauffmann (secretária da Sema), João Fernando Wiatrovski (gerente de biocombustíveis da 3Tentos) e Tiago Gorski Lacerda (CEO da CB Bioenergia).
O debate destacou que, ao contrário do modelo tradicional baseado na cana-de-açúcar, o uso de cereais para produção de etanol surge como alternativa viável para reduzir custos, ampliar a produção local e fortalecer a economia regional. Foram discutidos aspectos técnicos do processo produtivo, os tipos de etanol combustível e a importância de políticas públicas que incentivem o setor.
Segundo Tiago Gorski Lacerda, a experiência da CB Bioenergia reflete essa evolução: “Começamos com um protótipo que virou uma usina produzindo 100 toneladas de matéria-prima por dia. O etanol no RS é uma realidade e essa mudança já começou, sustentada por políticas públicas que incentivam a sustentabilidade no campo”.
João Fernando reforçou que o etanol é um vetor estratégico na transição energética, mas ressaltou a necessidade de maior conscientização do consumidor. “A indústria e o governo estão investindo, mas ainda falta o consumidor optar pelo etanol no posto. Precisamos mudar a cultura de abastecimento e pensar juntos na descarbonização do ambiente”, afirmou.
Já a secretária Marjorie Kauffmann destacou que a construção de um plano coletivo depende de incentivos econômicos e ambientais. Ela citou o programa estadual de pagamento por serviços ambientais para produtores de arroz sustentável, que reduz insumos e otimiza o uso da água. “Para avançarmos, é fundamental comprovar ganhos ambientais e alinhar propósitos, com incentivos que viabilizem a adoção de práticas sustentáveis”, concluiu.
O ciclo Diálogos Energia e Futuro trouxe ao longo da semana discussões sobre descarbonização, biometano, hidrogênio verde e etanol de cereais, consolidando um panorama sobre os desafios e oportunidades da transição energética no Rio Grande do Sul.

