Federação discute a volta da "queima prescrita" da cana em SP, afirma executivo
27-09-2024
Em evento do setor sucroenergético, em Sertãozinho, no interior paulista, lideranças criticaram o governo federal
Por Eliane Silva — Sertãozinho (SP)
A Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) discute a ideia de retomar a queima prescrita e controlada da cana-de-açúcar. Foi o que afirmou, nesta quinta-feira (26/9), o vice-presidente da entidade, Ciro Pena, em evento do setor sucroenergético em Sertãozinho (SP). Fornecedor de cana para usinas da região de Barretos (SP) há 20 anos, ele acrescentou ser contra a proposta.
Outras propostas em discussão são retomar a colheita de palha nas faixas lindeiras e levar pra queima nas caldeiras para produção de energia ou usar produtos químicos para degradar a biomassa nas faixas lindeiras.
“Fogo não escolhe divisa de fazenda ou fronteiras de municípios, ou Estados. Diante da nova realidade climática, o setor tem que ocupar a vanguarda para melhorar os protocolos de combate a incêndios”, afirmou.
O evento reuniu lideranças do setor de bioenergia para fazer um balanço dos incêndios e queimadas que atingiram regiões de cana-de-açúcar no interior paulista. O setor foi um dos mais prejudicados.
Durante o encontro, o empresário Maurílio Biagi disse que criminoso é quem acusa o produtor de cana de ser o responsável pelos incêndios de agosto. E criticou o que chamou de “falta de ação do governo federal” em contraposição às medidas imediatas tomadas pelo governo estadual. “Governo federal vai à ONU reclamar e não faz nenhuma ação de fato.”
O empresário, que também é representante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), ressaltou que até o ano 2000, o Brasil não aparecia no mapa de produção de cana do mundo. “Essa competência como produtor de alimentos choca o mundo. Por isso, há uma tentativa externa clara de segurar o Brasil.
Segundo ele, é fundamental e urgente que todos os setores da agropecuária se unam para comunicar à sociedade brasileira e principalmente ao mundo quão sustentável é a atividade no Brasil. “Nenhum país tem reserva legal como o Brasil. Precisamos ter uma comunicação competente, profissional que una todos os setores para comunicar sua sustentabilidade ambiental ao mundo.”
Fonte: Globo Rural

