FenaBio traça estratégias para consolidar o etanol como líder global em energia limpa
18-08-2025

Painel na Fenasucro & Agrocana destacou potencial brasileiro para expandir mercados, integrar tecnologias e reforçar protagonismo mundial no biocombustível

O etanol vive um momento decisivo no cenário energético internacional. Mais do que um combustível renovável, ele se apresenta como solução estratégica para a descarbonização e a diversificação da matriz energética global, despertando o interesse de países que buscam reduzir emissões, garantir segurança no abastecimento e cortar custos. Nesse contexto, o Brasil desponta como protagonista absoluto, liderando a produção, dominando tecnologias de ponta e acumulando décadas de experiência na integração do biocombustível à mobilidade.

Essa foi a tônica do painel realizado na quarta-feira (13), no primeiro dia de programação de conteúdo da FenaBio, durante a 31ª Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho/SP, que discutiu o futuro do etanol dentro e fora do país.

Sob moderação de Luciano Rodrigues, diretor da UNICA, especialistas abordaram as perspectivas para o etanol diante de uma conjuntura que inclui safra menor, preços mais baixos e desafios políticos. Entre os principais temas, estiveram a abertura de novos mercados, o aumento da mistura obrigatória na gasolina, o fortalecimento do comércio internacional, o desenvolvimento de plástico verde e a produção de combustível sustentável de aviação (SAF).

Atualmente, 90% da produção nacional está concentrada em seis estados. Porém, o painel apontou espaço para diversificação geográfica e tecnológica, especialmente com a expansão do etanol de milho, que é mais competitivo no custo logístico e tem previsão de crescimento de 10% até 2025.

Segundo os debatedores, ampliar a oferta de etanol não só fortalece a competitividade brasileira como também reforça a segurança energética e o compromisso com a sustentabilidade. Além disso, tecnologias como o híbrido flex surgem como solução de integração entre bioenergia e eletrificação, abrindo caminho para novas oportunidades comerciais.

Com 78% da frota nacional flex, o Brasil está em posição privilegiada para expandir o consumo interno e consolidar-se como referência mundial na produção e uso do etanol. A combinação de infraestrutura consolidada, expertise tecnológica e diversidade de matérias-primas reforça o potencial do país para influenciar políticas energéticas globais e abrir novos mercados estratégicos.