FS fecha primeiras vendas de créditos de carbono com tecnologia BECCS no Brasil
02-09-2025

Companhia avança em projeto pioneiro em Lucas do Rio Verde - MT com capacidade de armazenar 12 milhões de toneladas de CO em 30 anos

A FS anunciou a assinatura de acordos de venda futura de créditos de carbono oriundos de seu projeto de Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS, na sigla em inglês). As transações representam as primeiras operações de créditos de remoção de carbono no Brasil e reforçam a liderança da empresa em iniciativas de descarbonização na América Latina.

O projeto de Lucas do Rio Verde - MT foi recentemente designado como piloto pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), passo essencial para viabilizar a comercialização de créditos. Em 30 de julho, a Secretaria do Meio Ambiente de Mato Grosso concedeu a Licença Provisória, abrindo caminho para o início das obras assim que as demais etapas de licenciamento forem concluídas.

De acordo com estudos iniciais da FS, será possível capturar e injetar no subsolo todas as atuais emissões da usina, equivalentes a 423 mil toneladas anuais de CO₂, durante um período de 30 anos. A estimativa é de armazenar 12 milhões de toneladas no total.

Os primeiros contratos de venda futura foram firmados com Pinheiro Neto Advogados, SLB (empresa global de tecnologia energética) e Rubicon Carbon & YvY Capital, fornecedora de soluções de carbono de ponta e sua parceira brasileira.

“Essas aquisições reforçam a credibilidade dos créditos de remoção BECCS de alta qualidade e a capacidade da FS de entregar este projeto pioneiro na região”, afirmou Rafael Abud, CEO da FS.

Para Daniel Lopes, vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios da companhia, a evolução regulatória foi decisiva para atrair compradores. “Nossa meta é iniciar a construção do sistema BECCS assim que tivermos todas as aprovações e iniciar a operação de injeção de carbono até julho de 2026”, disse.

Impacto no setor e credibilidade internacional

O projeto da FS é considerado um marco para o mercado brasileiro de carbono. “Além de ser um piloto para a regulamentação, abre espaço para que outras empresas avancem em iniciativas semelhantes com maior segurança jurídica”, destacou Paula Mello, sócia da área ambiental do Pinheiro Neto Advogados. O escritório se comprometeu a compensar suas emissões com créditos do projeto.

Os créditos de carbono da FS serão classificados como créditos de remoção, seguindo a metodologia Gold Standard, reconhecida globalmente pelo rigor técnico e pelos critérios de benefícios ambientais e sociais.

A FS já havia anunciado a viabilidade geológica do projeto durante a Cúpula do G20, em Belo Horizonte, em 2024, quando também confirmou a decisão final de investimento (FID). A iniciativa foi apresentada no contexto do programa Combustível do Futuro, marco regulatório que busca posicionar o Brasil como protagonista na transição energética.

“Trata-se de um projeto ousado e pioneiro, com potencial para atrair novos investimentos e consolidar o país como referência em soluções de captura e armazenamento de carbono”, concluiu Abud.