Gasolina sobe em outubro apesar de corte da Petrobras, enquanto etanol recua levemente
04-11-2025

Levantamento aponta que repasse da redução às bombas ainda não chegou; biocombustível segue competitivo em várias regiões do país

Mesmo após a redução de 4,9% no preço da gasolina vendida às distribuidoras pela Petrobras, em vigor desde 21 de outubro, o valor do combustível subiu nos postos brasileiros. Segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), o litro da gasolina encerrou o mês em média a R$ 6,36, alta de 0,32% em relação a setembro.

De acordo com Renato Mascarenhas, diretor de Rede de Abastecimento da Edenred Mobilidade, o aumento reflete a defasagem entre o corte realizado pela estatal e o repasse ao consumidor final. “O efeito dessa redução deve começar a aparecer nas próximas semanas, à medida que as distribuidoras renovem seus estoques e o reajuste chegue à ponta”, explicou o executivo.

A pesquisa mostra que o comportamento dos preços variou entre as regiões. O Sul registrou a maior alta, de 0,80%, chegando a R$ 6,33 por litro, enquanto o Norte foi a única região com queda de 0,15%, embora siga com o maior preço médio do país, a R$ 6,82. O Sudeste manteve estabilidade, com média de R$ 6,21, o menor valor regional. Entre os estados, o Rio Grande do Norte teve a maior alta (1,93%), atingindo R$ 6,35, e Minas Gerais registrou a maior queda (-0,95%), com R$ 6,28. A Paraíba apresentou a gasolina mais barata (R$ 6,13), enquanto o Acre manteve o valor mais elevado (R$ 7,43).

O etanol hidratado, por sua vez, registrou leve recuo de 0,23% no período, com média nacional de R$ 4,40 por litro. O desempenho, no entanto, foi desigual entre as regiões: o Centro-Oeste apresentou alta de 1,81%, chegando a R$ 4,50, e o Nordeste teve a única queda regional (-0,20%), com preço médio de R$ 4,93. O Sudeste manteve os valores mais competitivos (R$ 4,32), enquanto o Norte registrou o etanol mais caro (R$ 5,21).

Entre os estados, Goiás teve o maior aumento, de 4,09%, atingindo R$ 4,58, e a Paraíba apresentou a maior redução, de 2,80%, com média de R$ 4,51. São Paulo segue com o biocombustível mais barato do país (R$ 4,21), e o Amazonas teve o valor mais alto (R$ 5,47).

Embora a gasolina permaneça como o combustível mais vantajoso economicamente na maioria das regiões, o etanol se mantém como alternativa estratégica e ambientalmente mais sustentável. “Além de competitivo em diversos estados, o etanol contribui para reduzir emissões e apoiar as metas nacionais de descarbonização do transporte”, destacou Mascarenhas.

A Edenred Ticket Log ressalta que o cenário de preços segue em transição, e que os efeitos da recente redução da Petrobras devem ser percebidos gradualmente nos postos ao longo de novembro, conforme as cadeias de suprimento ajustem seus estoques e margens de distribuição.