Grupo Pedra aprimora manejo do Sphenophorus e alcança resultados consistentes no controle da praga
14-11-2025

Trabalho integrado de monitoramento, aplicação e capacitação de equipes consolida estratégia de controle em 100% das áreas de soqueira

Por Andréia Vital

O controle do Sphenophorus levis, praga que compromete a produtividade dos canaviais, tem avançado no Grupo Pedra Agroindustrial com base em experiência prática, pesquisa de campo e monitoramento contínuo. Durante o FITOCANA, realizado nos dias 5 e 6 de novembro na Unesp Jaboticabal, a engenheira agrônoma Karen Caroline Martins apresentou os resultados obtidos pela equipe, ressaltando a importância de uma abordagem integrada no manejo da praga.

No painel “Experiência acumulada no manejo de Sphenophorus no canavial”, Karen destacou que a estratégia atual, baseada na aplicação direta na planta e na integração com operações de preparo, nasceu de anos de experimentação. “Quando começamos a observar a presença do inseto já na planta, percebemos que havia muito mais dúvida do que se imaginava. Hoje, cerca de 20% dos nossos experimentos estão relacionados ao Sphenophorus”, afirmou.

Segundo a agrônoma, o Grupo Pedra intensificou o manejo “planta a planta” com resultados expressivos nas últimas safras. “Em 93% dos experimentos, o controle químico apresentou desempenho superior ao das áreas sem aplicação, e essa tendência se manteve em escala comercial”, destacou. Com base nesses resultados, o método passou a ser adotado em praticamente 100% das áreas de plantio. Já nas soqueiras, o foco é o manejo de manutenção, com ênfase em prevenção e preservação da qualidade do canavial.

O sistema de monitoramento desenvolvido pela equipe envolve a observação do “topo atacado”, o recolhimento diário da palha e a avaliação da brotação e do perfilhamento três meses após a colheita. Ainda assim, o modelo apresenta desafios. “Às vezes temos 30%, 40%, 50% de topo atacado e alta produtividade, e o contrário também ocorre. Nossa principal dificuldade hoje é correlacionar esse índice com o resultado final da lavoura”, explicou.

Outro eixo de avanço vem da pesquisa com aplicação de vinhaça. Desde 2018, o Grupo Pedra conduz experimentos para avaliar a compatibilidade de produtos, a dinâmica do Sphenophorus e a resposta produtiva em ambientes com e sem portador. “A combinação que nos proporciona maior redução da praga e produtividade superior é a que mantém a vinhaça, não a que usa portador. Isso se repetiu em diversos testes”, relatou Karen. Segundo ela, o uso de vinhaça é tecnicamente robusto, menos oneroso e traz benefícios ao ambiente radicular. “É um caminho sem volta. Não voltaremos a trabalhar sem a vinhaça”.

 

Além dos avanços técnicos, a empresa investe em mudança cultural e engajamento das equipes. O Projeto Sphenozero foi criado para promover a conscientização dos operadores sobre o manejo da praga, com treinamentos, comunicação diária e integração entre setores. “Mais do que aplicar produtos, é preciso que todos entendam o que estamos combatendo. O operador precisa saber por que o manejo é feito daquela forma e qual é o impacto disso na lavoura”, ressaltou a engenheira.

Com base nesses resultados, o Grupo Pedra reforça sua estratégia de unir ciência, operação e capacitação como pilares do controle sustentável do Sphenophorus. Para Karen, o avanço contra a praga depende de abandonar métodos tradicionais e adotar uma visão mais abrangente. “O que sempre foi feito já não responde ao avanço da praga. É hora de pensar fora da caixa. Quando unimos pesquisa, campo e pessoas, os resultados aparecem”, concluiu.