“Hoje não há ênfase em tecnologia e predomina pouco respeito aos canaviais”
17-11-2015

Durante o 8º. Simpósio Nacional de Bioenergia, em Araçatuba, Dib Nunes, diretor do Grupo IDEA, ministrou palestra em que analisou o manejo varietal que tem sido realizado nas usinas sucroenergéticas.

“Estamos avaliando corretamente o desempenho comercial das variedades?”, indagou. Segundo ele, antes de tudo, é preciso entender o que ocorre atualmente com a gestão da área agrícola das usinas. A partir deste modelo de gestão é que saem todas as atitudes técnicas, como o manejo varietal.
Em sua opinião, o que está acontecendo com as usinas, de uns cinco, seis anos pra cá, principalmente, é de priorização total aos aspectos financeiros, o que se justifica pela crise. “Para a alta direção, a maior prioridade é para itens e análises que envolvem valores econômicos, como custos de produção, mercado de açúcar e etanol, fluxo de caixa, orçamento, dívidas em geral e contratos. Esse é o dia a dia dos gerentes agrícolas, que vivem em função desses itens”, dispara Dib.
Na área agrícola, o mais importante hoje é o operacional. Não pode faltar cana na usina. Um dia sem moer dá prejuízo enorme. “Mas chamamos atenção porque isso virou prioridade absoluta. Ou seja, o mais importante é o operacional: melhorar rendimento das máquinas, garantir o volume diário de cana que vai à moagem e atingir as metas operacionais. Ao mesmo tempo em que há pouca ênfase em tecnologia, predomina pouco respeito aos canaviais”, sublinha. Porém, o canavial precisa de respeito porque é um ser vivo. Uma planta que não suporta agressão.
Um exemplo da falta de prioridade para a tecnologia está no manejo varietal. Muitas vezes há certo comodismo nessa área. Mas o retorno que se obtém investindo no acompanhamento das variedades nas diferentes áreas de cultivo certamente irá compensar a iniciativa.
Fazendo esse acompanhamento, segundo Dib, é possível aperfeiçoar o manejo da área. Assim, é possível inclusive tomar a decisão, por exemplo, de cortar a variedade na época “x”, e não mais na “y”, porque isso traz para a empresa mais sacarose. “Mas isso acontece quando se implanta projetos que permitam adequada avaliação do desempenho de variedades”, sublinha.
É com base nestas avaliações de desempenho que se pode mudar procedimentos, apresentando um modelo de avaliação dos fatores que influem no desempenho das variedades, principalmente daquelas que envolvem grandes somas financeiras.
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