IAC anuncia nova variedade de cana com 25% mais produtividade e aposta em manejo hídrico para elevar eficiência no campo
27-10-2025

Diretor-geral do IAC destacou iniciativas necessárias para o avanço da produtividade da cana

Por Andréia Vital

Ao participar do painel “Revolução Agrícola no Campo” da 25ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol, realizada nos dias 20 e 21 de outubro, na capital paulista, o diretor e pesquisador científico do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Marcos Landell, apresentou perspectivas para a nova fase de modernização da lavoura canavieira, baseada na combinação de inovação genética, manejo hídrico e mecanização eficiente.

Segundo Landell, os avanços recentes em melhoramento genético têm produzido variedades mais homogêneas e de alta densidade de colmos, capazes de elevar substancialmente a produtividade. “Estamos vendo materiais com 64 colmos uniformes em altura e diâmetro. Isso muda a dinâmica do campo e exige repensar o maquinário. Teremos de ampliar potência e ajustar sistemas de colheita para lidar com esse novo perfil de planta”, afirmou.

O pesquisador também destacou antídotos como instrumentos para garantir estabilidade produtiva em um cenário de maior variabilidade climática, tais como

produzir a "ambiência" nos canaviais; nutrição mineral mais arrojada; irrigação complementar ou plena; estratégias de mitigação de déficit hídrico com a aplicação do Terceiro Eixo; uso de tecnologias que estimulem um crescimento mais agudo do sistema radicular e/ou sejam indutoras de estratégias fisiológicas da planta que reduzam o déficit hídrico; redução do pisoteio com uso de tecnologias de agricultura de precisão; tecnologias de proteção; uso de maturadores e outros produtos de ação fisiológica; incorporação de novas variedades e manejo varietal.

“Quanto mais conforto a planta recebe, melhor sua resposta em produtividade. O chamado terceiro eixo de irrigação lineariza os déficits e traz ganhos consistentes ao canavial”, explicou.

Landell adiantou que o IAC lançará em breve uma nova variedade de cana com 25% de produtividade superior à atual CTC4, uma das mais cultivadas no país. Ele reforçou que o Brasil mantém uma posição única no mundo por dominar a pesquisa e o desenvolvimento de insumos biológicos estratégicos. “Poucos países têm a capacidade de gerar suas próprias variedades. Essa competência é um diferencial que garante competitividade e sustentabilidade ao setor”, concluiu.

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