Indonésia avança rumo à autossuficiência energética com mistura de etanol na gasolina a partir de 2027
27-10-2025

País asiático define meta de 10% de etanol para reduzir importações e estimular produção doméstica de biocombustíveis

A Indonésia anunciou que implementará, a partir de 2027, uma mistura obrigatória de 10% de etanol na gasolina, em uma estratégia voltada a diminuir a dependência de combustíveis importados e fortalecer a produção nacional de energia renovável. A medida faz parte de um plano mais amplo do governo para diversificar a matriz energética e estimular o uso de biocombustíveis derivados de óleo de palma e cana-de-açúcar.

De acordo com o ministro da Energia, Bahlil Lahadalia, o país precisará de 1,4 milhão de quilolitros de bioetanol para viabilizar o programa de mistura, conhecido localmente como E10. Ele reforçou que o objetivo é atender toda a demanda com produção doméstica, fortalecendo a cadeia agroindustrial e criando novas oportunidades no campo.

“Planejamos obter todo o etanol dos mercados internos. É uma política que estimula a indústria nacional e reduz a vulnerabilidade às importações de petróleo”, afirmou o ministro durante coletiva de imprensa.

Apesar do otimismo, o governo indonésio reconhece que as restrições na oferta de etanol têm atrasado a adoção plena da mistura. O país vem enfrentando dificuldades para expandir rapidamente a capacidade produtiva, sobretudo em regiões onde a infraestrutura de moagem de cana e destilarias ainda é limitada.

Nos últimos anos, a Indonésia concentrou esforços em biocombustíveis à base de óleo de palma (biodiesel) — setor em que já se tornou referência global —, mas o desafio agora é replicar esse sucesso na produção de etanol de origem agrícola.

A introdução da mistura obrigatória marca um novo capítulo na política energética indonésia, que busca equilibrar sustentabilidade, segurança energética e desenvolvimento econômico. O governo pretende que o programa E10 seja um passo inicial rumo a metas mais ambiciosas, como a ampliação gradual da participação do etanol até 2030.

Com vastas áreas agrícolas e clima favorável ao cultivo de cana-de-açúcar, a Indonésia aposta que o bioetanol poderá desempenhar papel estratégico na descarbonização do setor de transportes e na redução das emissões de gases de efeito estufa.

Assim como o Brasil, que serve de referência global no uso de etanol como combustível limpo e competitivo, o país asiático busca consolidar um modelo energético mais sustentável e autônomo, fortalecendo sua posição como líder regional em biocombustíveis renováveis.

Redação com informações da Reuters