Iniciativas visam ampliar participação feminina na área de vendas de insumos para o agronegócio
30-03-2021

Gerente de Recursos Humanos da FMC, Cintia Valentim: a empresa tem iniciativas globais para aumentar a presença feminina
Gerente de Recursos Humanos da FMC, Cintia Valentim: a empresa tem iniciativas globais para aumentar a presença feminina

Ações de empresas, como a FMC, capacitação e debates buscam alavancar presença da mulher neste segmento e em outras áreas do agronegócio

Renato Anselmi

A participação da mulher nas atividades relacionadas ao agronegócio está em ascensão, mas pode e deve aumentar muito ainda. De acordo com pesquisa realizada, em 2018, pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, a média de mulheres no agro é de 30%. No entanto, na área de vendas de insumos para o agronegócio esse índice cai para 1% – a menor presença feminina em todas as áreas do agronegócio.

Para mudar este cenário, diversas empresas têm criado condições para a ampliação da participação da mulher. A FMC Corporation – companhia de ciências para agricultura –, por exemplo, destaca-se pelas iniciativas voltadas à inclusão do trabalho feminino no agro.

A empresa conta, no Brasil, com 27% da força feminina e, especificamente, na área comercial este índice está em 18%, bem acima da média. “Temos iniciativas globais para preparar nossas equipes e líderes para alavancar cada vez mais esses números, para conseguirmos uma situação igualitária”, afirma a

A representatividade da mulher, inclusive em cargos de liderança, é uma realidade na FMC em diversas áreas como finanças, RH e em áreas técnicas como vendas e marketing – observa a administradora de empresas Thais Gomes, gerente de Tesouraria da FMC. “Nosso comitê executivo Brasil conta com 40% de mulheres – um número expressivo no mercado”, enfatiza.

Segundo ela, dar oportunidades, reconhecer talentos e qualidade profissional fazem parte da estratégia da empresa. A própria trajetória da Thais é resultado das ações da empresa na área de Recursos Humanos. Ela entrou na FMC por meio um programa de estágio para trabalhar na área de Tesouraria, após a conclusão de Administração de Empresas. “Eu me apaixonei tanto pela empresa, quanto pelo segmento. O Agro nos dá uma oportunidade de fazer parte de algo maior. É realmente gratificante”, revela.

Nosso comitê executivo Brasil conta com 40% de mulheres – um número expressivo no mercado”, enfatiza Thais Gomes, gerente de Tesouraria da FMC

Os critérios adotados pela FMC, que valorizam o talento e qualidade profissional, são usados também para incentivar a participação feminina nas vendas de insumos para o agronegócio. A formação e pré-requisitos para essas funções são, independente do gênero, as predominantes na formação na área de engenharia agronômica – afirma Cintia. O trabalho realizado pela representante técnica inclui desde o acompanhamento da geração da demanda no produtor até a assistência em pós-venda – informa.

A exigência para se conseguir executar a tarefa de vendas de insumos é a mesma para homens ou mulheres. “Todos têm habilidade para essa função. Basta atender os pré-requisitos para exercê-la. A atividade requer conhecimento e estudo”, avalia Cintia, que tem 25 anos de experiência em indústrias multinacionais e nacionais, com sólida vivência em RH, especialmente na gestão de talentos no agronegócio.

De acordo com a Gerente de Recursos Humanos da FMC, para trabalhar nessa área, é necessário conhecer a rotina do segmento, as necessidades, os gaps, os desafios e o manejo para que seja oferecido o melhor para o cliente. “Além disso, é preciso ter conhecimento analítico para compor os argumentos de venda”, afirma.

Flávia Ferraz, responsável pela conta da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) na FMC

Há também demandas específicas na gestão de contas estratégicas, que exigem um olhar sistêmico sobre o cliente e para o negócio, observa a engenheira agrônoma Flávia Ferraz, responsável pela conta da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) na FMC. No caso do setor sucroenergético, ela avalia como um mercado maduro. “Os produtores de cana e as usinas têm buscado aumento de produtividade/área e eficiência técnica acima de tudo. Nesse cenário é imprescindível que nossa equipe leve conhecimento técnico e inovação para clientes e parceiros, com atendimento diferenciado e personalizado, sempre com muita agilidade”, ressalta Flávia, que iniciou a carreira como representante de vendas e já trabalhou em consultoria e pesquisa de mercado. Com 23 anos de experiência profissional, atua há 7 anos na FMC, onde trabalhou em B2B, passando por Inteligência de Mercado e desde 2018 está na gestão de contas especiais

CAPACITAÇÃO E DEBATES - Um dos principais fatores que está criando condições para que o trabalho feminino no agronegócio – e especificamente na venda de insumos – tenha um novo posicionamento no mercado é justamente a capacitação das mulheres, que tornou-se uma ação estratégica e prioritária no mundo corporativo. Além disso, as iniciativas de empresas voltadas à diversidade e inclusão e a realização de treinamentos e debates estão alavancando a presença da mulher no agro.

Para conferir a live – “A Participação Feminina na Área de Insumos para o Setor Sucroenergetico”

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“A participação feminina na área de insumos para o setor sucroenergético” será inclusive tema da live do Encontro Cana Substantivo Feminino, que acontecerá nesta terça-feira (30/03) às 15h, nos canais do YouTube, FaceBook e Linkedin da CanaOnline, que realiza este evento desde 2012.

O Encontro Cana Substantivo Feminino reúne anualmente, no mês de março, quase 400 mulheres que atuam no agro e no setor sucroenergético. Em decorrência da pandemia da Covid-19 e das medidas de isolamento, o evento está sendo totalmente online em 2021, com a programação de 10 lives.

Na transmissão ao vivo na terça-feira, a engenheira de produção Daniela Tavares, diretora de marketing da FMC, participará do debate on-line, que abordará como aumentar a presença das mulheres no setor, os trabalhos realizados e soluções para promover a sustentabilidade da atividade, entre outros temas. Com mais de 20 anos de experiência no mercado global químico e do agronegócio, Daniela Tavares já atuou em Gestão de Negócios, fusão de empresas e em marketing e vendas

Daniela Tavares, diretora de Marketing da FMC, participará de live do Encontro Cana Substantivo Feminino On-line

WIN: desafios e superação - Focada em trazer informação de qualidade, palestras e treinamentos, a FMC Corporation conta com um fórum específico voltado à diversidade e inclusão das mulheres, o WIN (Women Initiative Network), que tem sido uma ferramenta importante para engajar mulheres e homens nos diversos aspectos que envolvem o tema. Segundo a gerente de Tesouraria da FMC, Thais Gomes, essa iniciativa trabalha três fatores considerados fundamentais: Comunidade e Clientes, Universidades e Ambiente interno.

No ano passado, mesmo com a pandemia, o WIN realizou diversas ações: houve a discussão de diferentes formas de comunicação entre o gênero masculino e feminino, os impactos da pandemia, além disso aconteceu o “Mês da Inclusão”, iniciativa com diversos temas de D&I (Diversidade e Inclusão), que acontece anualmente em outubro – informa Thais.

Durante o mês da mulher – em março de 2021 –, além das palestras, houve a realização, em conjunto com a área de marketing, de uma iniciativa voltada ao relato das histórias das mulheres da FMC – "A Força da Mulher", que conta trajetórias de superação, vitórias e muito aprendizado, destaca a gerente de Tesouraria.

A FMC desenvolve também iniciativas, na área de RH, que objetivam captar e reter talentos. “Em 2019, nosso programa de estágio para agronomia teve 54% das vagas preenchidas por mulheres, fortalecendo a presença feminina no campo”, exemplifica Cintia Valentim, gerente de Recursos Humanos da empresa.

 A FMC Corporation conta com um fórum específico voltado à diversidade e inclusão das mulheres, o WIN (Women Initiative Network)

Embora empresas, como a FMC, têm se empenhado para equiparar a presença feminina e masculina no campo, existem ainda duas “barreiras” a serem superadas – avalia Thais Gomes. Uma delas é a presença da mulher nas universidades. “O número de mulheres formadas em agronomia ainda é pequeno quando comparado aos homens. Matéria do Globo Rural de março de 2020 mostra que o aumento de mulheres matriculadas no curso de engenharia agronômica, na Esalq, de 2002 a 2019 foi de apenas 6% (de 30% para 36%). É muito pequeno ainda se pensarmos na representatividade feminina na sociedade”, comenta.

Além disso, é preciso trabalhar a barreira geográfica “O nosso Brasil, de muitos ‘Brasis’, tem realidades muito diferentes e em alguns lugares o ambiente ainda não é atrativo para a mulher”, diz.

O desafio é capacitar as mulheres para competirem de forma igualitária – ressalta Cintia Valentin. “Antigamente o agro não era visto pela sociedade como uma carreira que também mulheres pudessem ser protagonistas. Atualmente a gente vê que as mulheres sentem orgulho de pertencer e trabalhar para o agro”, compara.

Fonte: CanaOnline