Irrigação por gotejamento em canaviais melhora pontuação no RenovaBio e aumenta geração de CBIOs
04-08-2022
Aumento da produção de etanol por hectare e na redução do consumo de óleo diesel e do uso de fertilizantes por tonelada de cana produzida, estão entre os benefícios da irrigação por gotejo
A melhor eficiência do uso da água na irrigação por gotejamento é apenas uma das “pernas” que compõem o tripé ambientalmente sustentável da tecnologia. Outro importante aspecto é a melhoria da pontuação geral da usina no RenovaBio, iniciativa do Ministério de Minas e Energia (MME), lançada em dezembro de 2016, que visa expandir a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira.
Um dos eixos do programa é a possibilidade de produtores certificarem sua produção e receberem, como resultado, notas de eficiência energético-ambiental. Essas notas são multiplicadas pelo volume de biocombustível comercializado, o que resulta na quantidade de Créditos de Descarbonização (CBIOs) que determinado produtor poderá emitir e vender no mercado.
Atualmente, os CBIOs já são considerados como um novo produto do setor de biocombustíveis, se tornando um grande aliado na formação de caixa. Os preços médios desses créditos atingiram um patamar bastante alto na primeira metade de junho deste ano, com a média na quinzena em R$ 142,07, segundo relatório do Itaú BBA. No acumulado do primeiro semestre, o preço médio figurou em R$ 98,46, mais que o dobro dos R$ 39,31 de 2021.
Aumento expressivo de produtividade proporcionado pelo gotejamento reduzirá consumo de fertilizantes por tonelada de cana produzida
Foto: Arquivo CanaOnline
Com esse novo mercado em mente, as usinas têm lançado mão de técnicas e processos que possam resultar na melhoria da pontuação dentro do RenovaBio e, consequentemente, no incremento da geração de CBIOs. É o caso da irrigação por gotejamento. O Especialista Agronômico da Netafim, Daniel Pedroso, explica que a tecnologia atuará em algumas frentes distintas, mas com grande influência dentro do programa, como no aumento da produção de etanol por hectare e na redução do consumo de óleo diesel e do uso de fertilizantes por tonelada de cana produzida.
“É verdade que uma planta que cresce mais necessitará ser mais estimulada nutricionalmente, o que aumentará o uso de fertilizantes. Por outro lado, o ganho expressivo de produtividade fará com que, no final do ciclo, o consumo por tonelada produzida seja menor, podendo chegar a 30% de redução.”
Pedroso acrescenta também que a possibilidade de aplicação de moléculas químicas e orgânicas e produtos biológicos através dos mesmos equipamentos de injeção de água ocasionará na diminuição do número de entradas com tratores na lavoura, reduzindo o consumo de óleo diesel pela unidade produtora em até 13% e a pegada de carbono, de 12% a 62%.
O profissional destaca outros benefícios ambientais decorrentes da utilização da tecnologia de gotejamento, mas que não tem influência direta na pontuação do RenovaBio, como a elevação da geração de energia limpa, devido a maior disponibilidade de biomassa; e a redução no uso de herbicidas de alto residual, em função de um fechamento mais rápido das entrelinhas.
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